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Agrishow - Faturamento do setor de máquinas agrícolas cai 44%

O faturamento nominal da indústria de máquinas e implementos para agricultura caiu 44% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo a Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), o setor faturou R$ 1,076 bilhão nos três primeiros meses de 2009, o que representa uma queda de R$ 845,2 mil.

As exportações também despencaram 44% no mesmo período, passando de US$ 233,7 mil para 130,9 mil. Já as importações cresceram 5,8%, passando de US$ 90,5 mil no primeiro trimestre de 2008, para US$ 95,7 mil nos três primeiros meses de 2009. Segundo o presidente da Abimaq, Luis Aubert Neto, os produtos importados estão com preços baixos pelo excesso de oferta.

De acordo com o presidente da Câmara Setorial de Máquinas Agrícolas da Abimaq, Celso Casale, o setor conseguiu manter o nível de emprego. No primeiro trimestre de 2008, o segmento empregou 42.704 trabalhadores, uma leve variação positiva de 0,3% em relação aos 42.828 postos de trabalho registrados este ano. Segundo Casale, os empregos foram mantidos por se tratar de mão-de-obra especializada.

Demissões

O presidente da Abimaq atribui o desempenho do setor à crise mundial, somada ao cenário brasileiro de juros altos, câmbio desfavorável e à elevada carga tributária. A Abimaq representa 30 câmaras setorias. Segundo Luis Aubert, se a queda mensal das vendas se mantiver no patamar de 20% a 30%, o setor pode demitir 60 mil trabalhadores até setembro.

Pelo menos 15 mil trabalhadores da indústria de máquinas já perderam o emprego desde outubro do ano passado, quando estourou a crise. O setor emprega hoje 250 mil pessoas. Para Aubert, os números do período mostram que o setor de máquinas chegou ao “fundo do poço”. Ele afirma que o governo precisa tomar medias urgentes, como o fim dos tributos sobre investimentos, redução de juros e política cambial mais adequada.

O setor de máquinas e implementos agrícolas não paga IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados). No entanto, segundo Celso Casale, “a tributação da cadeia produtiva é muito grande e a isenção do IPI, apensar de positiva, não é suficiente”.

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