Mercado

Açúcar na maior alta semanal da história

O preço dos contratos de açúcar refinado deu um salto nesta sexta-feira em Londres, registrando sua maior alta semanal de todos os tempos, puxado por especulações de que a oferta do produto poderá ficar apertada caso seja prorrogada a proibição sobre as exportações da Índia, o maior consumidor mundial do produto. Os contratos de açúcar refinado, ou branco, para entrega em outubro subiram US$ 12,50, ou 3,1%, para US$ 414 a tonelada na Euronext.liffe, seu mais elevado preço de fechamento desde 10 de agosto. Em Nova York, os preços avançaram 2,32%, ficando em 11,89 centavos de dólar a libra-peso, nível inferior ao do mercado de Londres.

O Ministério da Fazenda da Índia quer ampliar o veto às exportações até dezembro devido aos baixos estoques nacionais de açúcar, em vez de retomar as vendas externas em outubro, como o planejado anteriormente, noticiou a agência Dow Jones, sem mencionar como obteve a informação. As corretoras de açúcar estão obrigadas a fazer a entrega correspondente a 18.524 contratos em outubro, mais que o dobro do número das entregas que tinham pendentes para agosto, segundo revelaram dados da Bolsa londrina Euronext.liffe.

Os contratos de outubro vão expirar na semana que vem, e há muitas pessoas com posições em aberto que agora têm de fazer as entregas e que estarão procurando desesperadamente volumes físicos do produto disse Andy Duff, analista de açúcar do Rabobank Groep, com sede em Utrecht, na Holanda, o maior banco rural do mundo.

Os preços do açúcar subiram cerca de 12% na semana, o percentual de alta mais elevado desde que tiveram início os registros das negociações, em janeiro de 1989. O contrato para entrega em outubro vence a 15 de setembro. Quando faltava esse mesmo prazo para o vencimento dos contratos futuros de agosto, havia 7.976 contratos pendentes, segundo dados da Euronext.liffe.

Tudo gira em torno do que está disponível e em que níveis estão os preços dos fretes disse Peter de Klerk, analista, lotado em Londres, da C. Czarnikow Sugar Ltd., a maior corretora mundial de açúcar. Os preços dos fretes também vêm subindo, disse ele.

Exportações

A proibição às exportações da Índia é válida para o açúcar refinado. Não foi possível contatar nenhuma pessoa para comentar a medida no Ministério da Fazenda de Nova Délhi. O ministro da Agricultura da Índia, Sharad Pawar, disse em 16 de julho que as exportações de açúcar da Índia seriam retomadas em outubro, quando começa o novo ano-safra. “A proibição terá de ser revista quando entrar a produção da nova safra”, disse Sanjay Tapriya, diretor de finanças da Simbhaoli Sugar Mills Ltd., com sede em Simbhaoli, na Índia. “É um pouco cedo demais para reagir, uma vez que normalmente o Ministério da Fazenda não divulga informações sobre essas questões”.

O Ministério da Fazenda da Índia proibiu exportações de açúcar refinado para controlar a inflação. Ao contrário do Brasil, o maior produtor mundial, o governo da Índia está estreitamente envolvido com o setor açucareiro do país, responsável pelo sustento de 45 milhões de pessoas, disse a corretora Czarnikow em julho.

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