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Açúcar e álcool batem carne na exportação

Impulsionadas pelo crescimento da demanda mundial, as exportações de açúcar e álcool devem ultrapassar em dois anos a receita cambial obtida com as vendas de carnes. A previsão é do técnico em comércio exterior da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antônio Donizeti Beraldo. A previsão é que os embarques do setor sucroalcooleiro rendam entre US$ 6,5 a US$ 7 bilhões em 2006, ante US$ 4,87 bilhões no ano passado. As vendas de carne devem render US$ 8 bilhões, resultado similar ao do ano passado.

Nos sete primeiros meses do ano, as vendas externas de açúcar e álcool renderam US$ 3,559 bilhões, crescimento de 40,3% na comparação com o resultado de igual período de 2005, de US$ 2,536 bilhões. Prejudicado por vários problemas sanitários, tais como a queda no consumo de frango na Europa e no Oriente Médio por causa do temor da gripe aviária, as vendas totais de carnes recuaram 1,7% no período – para US$ 4,448 bilhões contra US$ 4,527 bilhões no acumulado dos sete primeiros meses de 2005.

No período, os embarques do complexo soja soja em grão, óleo e farelo renderam US$ 5,677 bilhões, crescimento de 4,2% em relação aos US$ 5,449 bilhões em 2005. Mas os preços médios de venda recuaram 1,3%, informou a CNA. A previsão atual é de ligeira queda na receita cambial obtida com os embarques de soja, que devem render US$ 9,3 bilhões em 2006, contra US$ 9,5 bilhões no ano passado.

Segundo Donizeti, os preços internacionais dos principais produtos agrícolas estão em alta, com exceção da soja. Mesmo com a elevação das cotações no mercado externo, os preços internos estão em queda por causa do dólar, disse o superintendente técnico da CNA, Ricardo Cotta.

A CNA também divulgou uma nova previsão para as exportações do agronegócio. Os embarques devem render US$ 43 bilhões em 2006, abaixo dos US$ 43,6 bilhões do ano passado. As importações devem crescer sustentadas principalmente pela compra de trigo. Os gastos com importação estão estimados em US$ 6 bilhões, contra US$ 5,2 bilhões no ano passado. A projeção da CNA é que o saldo da balança comercial do agronegócio cairá de US$ 38,4 bilhões em 2005 para US$ 37 bilhões neste ano.

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