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Acordo de livre comércio revela ganho de até US$ 1 tri para o Brasil, diz estudo

Acordo de livre comércio revela ganho de até US$ 1 tri para o Brasil, diz estudo

A economia do Brasil teria ganhos próximos a US$ 1 trilhão no período 2016/2030 caso o País realizasse acordo de livre comércio com os Estados Unidos e a Europa.

A projeção consta do estudo “Impactos para o Brasil de acordos de livre comércio com EUA e União Europeia”, da Câmara Americana de Comércio (Amcham) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O Portal JornalCana apresenta a seguir informações do estudo, apresentado dentro de agenda da Amcham em prol da construção de uma agenda empresarial focada na maior inserção brasileira no comércio local.

1 – Se um acordo semelhante fosse realizado separadamente com a Europa, a receita com comércio exterior seria de US$ 716,85 bilhões. Um tratado de livre comércio com os EUA  privilegiaria mais o setor de capital intensivo e o outro, com a Europa, tenderia a privilegiar um pouco mais o setor trabalho–terra intensivo. Mas os impactos na economia, no comércio e outros setores são significativos.

2 – Na Europa, as exportações de produtos do agronegócio aumentariam 60,8% no período. Alguns produtos que se beneficiariam são o açúcar e alimentos. Quando se fala de indústrias de transformação, observa-se um impacto menos favorável na União Europeia. A vantagem está no agronegócio.

3 – No comércio bilateral com os Estados Unidos, dados do estudo revelam que o incremento das exportações seria de US$354 bilhões no período. A pauta exportadora seria formada por produtos de maior valor agregado, principalmente no setor de têxteis, vestuário e equipamentos de transporte.

4 – Segundo o estudo, as exportações de manufaturados brasileiros aumentariam em 15% e as importações, 8,6%. A receita com agronegócio cresceria 9,9%, e as importações do setor subiriam 8,4%.

5 – O estudo traçou seis cenários econômicos para traduzir em números o potencial dos acordos de livre comércio sobre a economia brasileira. Há modelos sem tarifas de importação, redução de barreiras não tarifárias. A melhor maneira de começar o debate é mostrar o potencial desses acordos. E a partir daí cabe aos negociadores brasileiros encontrar o equilíbrio.

6 – A abertura ao comércio internacional também significa que o Brasil vai importar mais insumos, um movimento considerado essencial para a melhoria dos manufaturados. A indústria brasileira vai cada vez perdendo mais competitividade porque insiste em competir no made in Brazil (fabricado no Brasil, na tradução para o português), quando lá fora está concorrendo com produtos que são made in the world (fabricado no mundo).

 

Acordos de comércio elevaria PIB em 4%

Para os especialistas da FGV, acordos com países desenvolvidos como os EUA e com o bloco da UE trariam benefícios na integração do país nas cadeiras globais de valor, com a importação de bens intermediários e conteúdo tecnológico. Já a entrada do Brasil na Parceria Transatlântica (TTIP), acordo de livre-comércio desenhado por Estados Unidos e União Europeia (UE), levaria a um incremento de 4,26% no Produto Interno Bruto (PIB) do País em 2030.

A assinatura do TTIP sem a participação do Brasil, segundo o estudo da Amcham, causaria um impacto no PIB real brasileiro causando uma dedução de 0,34%.

Para um acordo de preferencias comerciais com os EUA e eliminação de 100% das tarifas e 40% das NTBs, a projeção do estudo é de aumento das exportações (6,94%), importações (7,46%) e crescimento do PIB (em 1,29%).

Já com a UE, nas mesmas condições, os benefícios seriam ainda maiores: um aumento de cerca de 12,33% nas exportações, 16,93% em importações e crescimento de 2,8% no PIB. O setor agrícola se beneficiaria com os dois acordos; já na indústria, poderia haver ganhos e perdas, dependendo do setor.

Cautela

A recomendação do relatório é que haja cautela na hora de fechar os acordos. Um planejamento cuidadoso e a longo-prazo, envolvendo tanto a indústria quanto o governo, para que o setor seja reformado e assim ganhe níveis maiores de competitividade.

O setor privado deveria promover a produtividade dentro da empresa, enquanto o governo investiria em medidas como redução da carga tributária, aumento na qualificação da força de trabalho e adoção de uma política fiscal que promova uma taxa de câmbio real mais estável.

Leia mais: 

A síntese completa do estudo da Amcham/FGV está disponível no seguinte link: http://estatico.amcham.com.br/arquivos/2016/estudo-fgv-mai.pdf

O estudo pode ser acessado clicando aqui. 

 

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