Mercado

Abimaq alerta para pressão de custos sobre a estabilidade monetária

A elevação dos preços dos principais insumos utilizados na produção de máquinas e equipamentos levou o presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), Luiz Carlos Delben Leite, a enviar mensagem ao governo federal com sugestões de medidas para conter a pressão de custos generalizada sobre o setor.

De acordo com levantamento realizado pela entidade, os preços de laminados de aço, no período de 1º de janeiro a 20 de outubro variaram entre 19,94% e 35,09%, causando impactos sobre os custos de produção de bens de capital mecânicos impossíveis de serem absorvidos pelos fabricantes. No caso do ferro-gusa, componente básico na produção de ferro fundido, o aumento médio chegou a 74,91%. Algumas empresas apontaram dificuldades de suprimentos, principalmente do aço.

Segundo Delben Leite, o aço, nos seus diversos tipos e especificações, e o ferro fundido, são os itens de maior peso no custo total da produção de máquinas e equipamentos. “Essas matérias-primas têm sido majoradas repetidamente pelos produtores, de uma forma mais ou menos uniforme e simultânea, sob a generalizada e nem sempre justa alegação de aumento de custos decorrente da desvalorização da moeda nacional em níveis imprevistos”.

O presidente da Abimaq ressaltou que os fabricantes de bens de capital mecânicos não podem repassar os custos, porque seus produtos têm um longo ciclo de produção, o que inviabiliza o repasse automático. Além disso, a legislação que implementou o Plano Real impede a indexação de preços.

“Como resultado, os empresários vêem as margens de lucro serem reduzidas e os prejuízos aumentarem. Sem contar que as constantes elevações de preços ferem a estabilidade monetária, a maior conquista do governo atual e um importante avanço nas áreas econômica e social”, afirmou Delben Leite.

No documento enviado ao governo federal Delben Leite destaca que o setor vê com “muita apreensão o comportamento da indústria siderúrgica brasileira, que coloca o lucro momentâneo das exportações como prioridade em detrimento do suprimento do mercado interno, sem atentar ao fato de que, há alguns meses, todos os demais setores produtivos do País sacrificaram-se para apoiar as restrições à livre importação de aço, durante o episódio da aplicação de medidas de salvaguarda pelo governo dos Estados Unidos”.

Para corrigir as distorções e tentar conter a pressão dos custos, o presidente da Abimaq sugeriu três medidas ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, ao Ministério da Fazenda e à Secretaria da Receita Federal: a redução da alíquota do Imposto de Importação de aço a zero, a instituição do Imposto de Exportação e a eliminação do sistema de controle e licenciamento prévio das importações desse produto

“Adotadas em caráter temporário, as sugestões poderiam ser suspensas tão logo a oferta interna desse produto, essenciais na produção de máquinas e equipamentos, fosse normalizada”, concluiu o presidente da Abimaq, Luiz Carlos Delben Leite.

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