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90 mil litros de etanol/mês movimentam caldeira flex em SP

Em dezembro passado, a fábrica da L´Oréal em São Paulo começou a utilizar etanol para movimentar seu parque industrial através da primeira caldeira “flex fuel” do Brasil, fruto da tecnologia desenvolvida pela empresa Gasalcool, de Piracicaba (SP). Gerald Vincent, diretor de EHS (meio ambiente, saúde e segurança) da L´Oréal na América Latina, explica que o etanol é aquecido dentro de pequenos reservatórios para se transforma em vapor de etanol e alimentar o queimador da caldeira a uma pressão/temperatura/vazão específica em função da demanda da fábrica. “A compra média de matéria prima é de 90 mil litros por mês. No período de entressafra o fornecedor nos garante a mesma alimentação através dos seus tanques de armazenamento. Mas em caso de algum tipo de falta do etanol a tecnologia possibilita voltar em menos de um minuto a operação tradicional com gás natural”, diz.

Segundo ele, a opção pelo Brasil para operar a primeira fábrica flex do mundo, é atribuída as vantagens ambientais e a farta matéria prima encontrada no Brasil.

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De acordo com Vincent, o Brasil é o maior produtor de etanol a partir da cana e o estado de São Paulo representa 60% da produção do país, dessa forma a opção pela fábrica no Estado foi totalmente natural.

A fábrica de São Paulo é a segunda maior da L´Oréal em quantidades de produtos processados, com capacidade de produção média de 300 milhões de unidades por ano. Mas as metas da empresa não param por aí, já que em 15 anos, pretende conquistar 1 bilhão de novos consumidores no mundo, onde 10% deles devem ser brasileiros. “Neste e no próximo ano, a L ´Oréal deve investir R$ 200 milhões na expansão de uma fábrica e do centro de pesquisa, ambos no Rio, e na construção de um novo centro de distribuição”, afirma.

Vantagens ambientais do etanol conquistam empresa

O etanol de cana tem conquistado cada vez mais clientes de outros segmentos, como é o caso da fabricante de cosméticos e beleza, L´Oréal. De acordo com Gerald Vincent, diretor de EHS (meio ambiente, saúde e segurança) da L´Oréal na América Latina, o uso do etanol se deve ao fato de ser o biocombustível com o melhor balanço energético do mundo e que gera 8,3 unidades de energia renovável por cada unidade de energia fóssil consumida e consequentemente tem um balanço de redução dos gazes GHG (que participam ao efeito de estufa) de mais de 80% comparado a uma energia fóssil (gasolina ou gás). “Além de todos estes atrativos, o Brasil dispõem de terras disponíveis para aumentar a produção de etanol, sem devastação e tem a melhor tecnologia em motores/equipamentos ‘ flex’ ”, revela.

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Gerald Vincent, diretor de EHS da L’ Oréal na América Latina

Quando questionado sobre a crise do setor, que poderia atingir diretamente a matéria-prima, Vincent explica que apesar do preço do etanol não estar competitivo em relação ao do gás natural, ainda é compensador em função do ganho ambiental. “Decidimos mesmo assim, avançar neste projeto e incentivar esta tecnologia de energia renovável. Acreditamos também que este cenário possa mudar nos próximos anos”, avalia.

Ao citar as vantagens do etanol, enfatiza o programa idealizado para incentivar a produção sustentável de biocombustível a partir da cana-de-açúcar, o Etanol Verde, representa um sério compromisso das empresas do setor sucroenergético com o meio ambiente, englobando diversas ações importantes para a preservação de matas e de recursos naturais. “Um dos principais instrumentos do Programa é o chamado Protocolo Agroambiental do Setor Sucroenergético”, lembra.

Ligada à sustentabilidade, a primeira fábrica verde do grupo L´Oréal iniciou em 2011 na Bélgica, em Libramont, onde toda sua energia é gerada on-site pela decomposição de resíduos agrícolas provenientes da sua região em digestores. “O gás metano gerado por esta digestão é recolhido e alimenta turbinas de geração de vapor e eletricidade para a fábrica e também a sua vizinhança”, explica.

Hoje em suas unidades fabris, durante o processo de produção, a L ´Oréal utiliza o álcool Anidro 96%, disponível no mercado e que atende a especificação da empresa e de fornecedores homologados.

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