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Crise impede setor de aproveitar bom cenário para comercialização de açúcar e etanol

Crise impede setor de aproveitar bom cenário para comercialização de açúcar e etanol

Wellington Bernardes, de Maceió, AL

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“Há transferência de capital do setor sucroenergético para outros segmentos”

Durante o primeiro dia da 11ª Fersucro, 9 de julho, o presidente da Abag, Luiz Carlos Corrêa de Carvalho, comentou sobre o cenário sucroenergético nacional e mundial. Para ele, é frustante que setor esteja passando por dificuldades em um momento internacional excelente para comercialização de açúcar e etanol.

Segundo Caio, como também é conhecido, desde 2006, o setor passa por um período de estagnação, queda de produtividade e endividamento, e todos estes fatores são reflexo da falta de políticas publicas não disponibilizadas pelo governo federal.

Para elucidar a atual conjuntura, Caio apresentou dois gráficos, o primeiro relacionando os custos de produção da cana-de-açúcar com os preços praticados, no qual os custos caminham em contínuo crescimento, enquanto os preços oscilam a níveis menores.

O segundo gráfico apresenta a relação de trocas entre preço obtido e preço pago, relacionando valores de açúcar e etanol. Com estes dois gráficos, Caio afirma que é possível observar que há transferência de capital do setor sucroenergético para outros setores, como explica no vídeo abaixo.

O presidente da Abag também comentou sobre as perspectivas para o futuro do setor. “O momento é bom, porém estamos morrendo na praia”, enfatizou. A demanda pelos produtos do setor sucroenergético é crescente, porém há dificuldades para geração desta oferta. “Como faremos, até 2045, para gerar as novas 44 milhões de toneladas de açúcar necessárias para atender a demanda mundial? Mais um Brasil açucareiro tem que surgir para suprir a futura demanda da commoditie”, indagou. No vídeo abaixo, Carvalho comenta tais perspectivas.

Ao final de sua palestra, Caio comentou sobre a relevância do agronegócio para a economia nacional, e todo o valor agregado nas matérias-primas nacionais, como a cana-de-açúcar. “Hoje temos uma balança comercial mínima, devido aos produtos do agronegócio, que seguram os valores negativos de outros setores. Essa é a prova da tecnificação inserida em nossas matérias-primas, há muita engenharia e biotecnologia nos produtos agrícolas, e por isso seguram a economia nacional. Por esta razão devem ser valorizadas”, conclui.

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