Gestão Administrativa

Volume de chuvas favorece produção, mas pode provocar redução no ATR da cana

Se as chuvas intensas continuarem com pouco espaço para o sol, o preço do açúcar no mercado deve subir

Volume de chuvas favorece produção, mas pode provocar redução no ATR da cana

A maior intensidade de chuvas que vem sendo registrada nos últimos dias, favorece a produção da cana-de-açúcar, mas em contrapartida pode acarretar a redução do ATR, por conta da maior restrição solar, fazendo com que as usinas tenham que moer mais cana, para obter a mesma quantidade de açúcar.

Segundo o Climatempo, o volume de chuva registrado em Ribeirão Preto -SP nos primeiros 10 dias de janeiro, foi de 205 milímetros. O acumulado é 76,4% da média esperada para o mês inteiro, que é de 268 milímetros.

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De acordo com a Rural Clima, os próximos dias serão marcados por chuvas regulares em todas as regiões do Brasil. Aos poucos, as chuvas voltam a ocorrer no Sul, mas as frentes frias devem passar de forma rápida. A tendência é que, posteriormente, se instalem na faixa central façam chover mais na região Centro-Oeste, Sudeste e Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).

De acordo com o engenheiro agrônomo Rodrigo Ortolan, a cana precisa de 1,1 mil a 1,5 mil milímetros de chuva, nos seis, sete meses que geralmente chovem na região para se desenvolver bem. “A quantidade de chuva que está caindo, apesar de ser acima da média, não traz problemas para o desenvolvimento da cana”, explicou em entrevista à EPTV/G1. No entanto, Ortolan afirma que o sol também é essencial porque colabora com o processo de maturação da cana.

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“Devemos ter um aumento de cana por hectare em produtividade. Significa mais cana para a região, porém também temos uma questão que é o ATR”, afirma o gerente agrícola corporativo de uma usina em Pontal -SP, Fernando José Prate. “Se chove mais, produz mais cana. Mas a gente consegue fazer menos açúcar. Se as chuvas intensas continuarem com pouco espaço para o sol, o preço do açúcar no mercado deve subir”, disse.

Em Alagoas o presidente do Sindaçúcar, Pedro Robério. avalia que esta situação tumultua e atrapalha o desenvolvimento da moagem. “Com a estiagem que se instalou na segunda metade de dezembro e agora nesse início de janeiro, nós precisamos de mais permanência de um tempo seco para que a moagem tenha uma celeridade ou uma aceleração acima da média para garantir que toda a cana que está instalada no campo seja moída até março ou abril, porque março abril nós teremos as chuvas de inverno.  Então é um período que a margem de operação fica muito complicada”, disse.

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