“É sobre sustentabilidade, é sobre meio ambiente, é sobre proteção ambiental”, afirmou Evandro Gussi, CEO da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA), durante evento de lançamento da fábrica de bioinsumos da Associação dos Plantadores de Cana da Região Oeste do Estado de São Paulo (Canaoeste), na terça-feira última, no Centro de Eventos Zanini, em Sertãozinho, onde está sendo realizada a Fenasucro & Agrocana.
“Nada mais oportuno que a Canaoeste fazer o lançamento de sua biofábrica no dia hoje, quando teremos a abertura da maior e mais importante feira do setor bioenergético do mundo, a Fenasucro & Agrocana. Chamo aqui a atenção para a sustentabilidade deste processo, em preservar o meio ambiente, que é a grande demanda colocada pela sociedade. Enquanto muitos estão no mundo dos discursos, nós estamos aqui no âmbito das realizações, dos investimentos”, ressaltou.
Gussi destacou que a biofábrica vai de encontro à política do RenovaBio. “Estamos mostrando que o mundo do “ou” já acabou. Ou você tem desenvolvimento ou você tem sustentabilidade. Estamos vivendo o mundo do “e”, onde é possível ter desenvolvimento e sustentabilidade, juntos. A fábrica de bioinsumos conversa diretamente com o RenovaBio, porque quando você tira um fertilizante, ou defensivo sintético, baseado em petróleo, por um bio insumo, baseado em ativos biogênicos, você derruba a intensidade de carbono, ou seja, o quanto de CO2, você emite para gerar essa energia com etanol”, explicou.
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Segundo Gussi, essa é a grande virada de chave do RenovaBio para o produtor de cana. “Por isso o nosso compromisso é ajudar na busca de certificação, porque nesse processo nós ganhamos eficiência energética ambiental. Vamos ter mais CBIOs, a partir de menos cana, e aí sim um bolo maior. Esse é o objetivo da UNICA e estamos empenhados lá no Consecana, em buscar a solução mais justa possível para o setor”, sem, no entanto, revelar o percentual da remuneração.
“Devemos ter já nas próximas semanas um acordo extremamente saudável, para que essa integração que a gente já tem no plantio, no processamento da cana e na utilização da bioenergia, chegue também com plenitude”, disse o CEO da UNICA.
“Já temos um número relevante de produtores, já com contrato, já com participação no CBIO. Nós queremos 100%, a meta não pode ser menor do que 100%, para que sobretudo a partir do estado de São Paulo, no Centro-Sul, a gente construa um benchmark para o Brasil. Essa é, aqui para a Canaoeste, para a Orplana a mensagem que eu quero trazer”, disse.
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Para Gussi, o ganho do produtor e o ganho da usina no RenovaBio é o mesmo, e está na certificação. “Dá trabalho, tem que segregar, tem que juntar papel, mas ao final você duplica, triplica esse bolo, que a gente com certeza vai saborear cada vez mais, de uma maneira justa. E na verdade quem vai saborear não somos só nós, e sim o mundo, a humanidade, essas próximas gerações. Porque quando estamos falando de RenovaBio e sustentabilidade, estamos falando em garantir uma sobrevivência, uma vida plena para as pessoas, não só de hoje, mas também para nossos filhos, netos e bisnetos”, finaliza Gussi.
Almir Torcato, gestor corporativo da Canaoeste, lembrou que o Projeto de Lei 3149/2020 de autoria do Efraim Filho (DEM/PB), apresentado em 05/06/2020, inclui os produtores independentes de matéria-prima destinadas à produção de biocombustível na Lei nº 13.576, de 26 de dezembro de 2017, que dispõe sobre a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) e dá outras providências.
“Este PL está aguardando o parecer do Relator na Comissão de Minas e Energia (CME) e é a principal pauta política do setor para este ano, pois atualiza o RenovaBio com a inclusão dos CBIOs também para os produtores de biomassa dos biocombustíveis. Seria justo, além de garantir a segurança jurídica da partilha desses créditos”, conclui.