Gestão Administrativa

“Quem ama educa (Içami Tiba); quem precisa e valoriza educa também...”

“Quem ama educa (Içami Tiba); quem precisa e valoriza educa também...”

O sentido da educação tem sido tratado também no âmbito organizacional. A visão do treinamento passa para a amplitude da capacitação e educação corporativas. As ações para esse fim estão ampliadas e o foco passa a ser a evolução de competências, comportamentos e atitudes.

As empresas têm precisado há tempos, desde que os desafios e as exigências de mercado mudaram, de pessoas que venham agregar no amadurecimento da cultura, das relações, das parcerias e das construções profissionais. Mas, infelizmente, o que temos visto, em geral, não é um cenário muito otimista. Muito pelo contrário: extremamente preocupante.

Se captar boas posturas e comportamentos sempre foi um desafio para a área de RH, nos tempos atuais se tornou uma batalha, literalmente. Não quero justificar esta dificuldade somente com o constante, atualmente, discurso da geração Y. Acho que prefiro associar com uma crise de valores humanos, familiares e educacionais, sem definir nomes tratados de tempos em tempos.

Gosto muito da visão e dos ensinamentos do Psiquiatra Içami Tiba, que em artigos e publicações recentes tem citado como os fatores da criação podem impactar de forma positiva ou negativa na vida profissional do indivíduo no futuro. Tenho pensado nisso há algum tempo, nas análises e percepções sobre as situações que vivencio e atuo nas empresas. Especialmente no exercício da liderança. Escrevi há alguns meses um texto em que eu apresentava uma visão de que um bom líder originava-se de pessoas que tivessem conseguido ter uma vida pessoal com os aspectos físicos, mentais, emocionais e espirituais equilibrados e amadurecidos. E que tivessem sido bem orientados, amados, questionados na medida, estimulados e referenciados com bons exemplos de casa. E de que estas pessoas teriam grandes chances de ter sucesso no exercício da liderança e da convivência em grupo.

De acordo com Tiba, alguns tipos de criação podem trazer consequências graves no âmbito profissional. A seguir alguns pontos que traduzem essa visão:

  • A falta de tatos e de limites na criação dos filhos gera problemas. E isto repercutirá futuramente nas relações humanas e profissionais.
  • A permissividade inocente pode levar à má educação no futuro. Crescer em ambientes permissivos causa dificuldades em seguir regras e normas, respeitar os direitos dos outros e cumprir metas pessoais.
  • A superproteção nega a possibilidade de frustração que todos precisam passar e impacta nas habilidades sociais. A autonomia e o desempenho ficam prejudicados, pois não desenvolvem senso de confiança. Serão adultos que não demonstrarão persistência e nem resiliência.
  • O autoconceito negativo causa a insegurança e a dificuldade em lutar acreditando no seu potencial, em se socializar, e ter equilíbrio emocional. Pode gerar adultos autodestrutivos, violentos e com extrema dificuldade no relacionamento interpessoal. Ao contrário, o autoconceito positivo é uma das bases da liderança, da capacidade de comunicação e do relacionamento.
  • Problemas de falta de atenção ou amor restringido por parte dos pais causam a necessidade de atenção e aprovação. Adultos estabelecerão relações subjugação e submissão, em troca de atenção, aprovação e afeto.
  • Entre outros problemas que formam pessoas imaturas, inseguras, ansiosas, com condutas distorcidas e sem nenhuma adequação pessoal e profissional.

Como profissionais de RH e gestores, vemos pessoas chegando às nossas organizações sem um mínimo de maturidade e preparo para exercerem seu principal papel no ambiente de trabalho: o ser adulto. Portanto, além da capacitação que as empresas precisam oferecer ao seu quadro no intuito de mantê-lo qualificado e com bom desempenho, estas precisam investir energia, tempo, disposição e recursos para aprimoramento da inteligência emocional dos seus colaboradores, pois sem este amadurecimento, teremos um contingente de pessoas ditas como boas de resultados, mas frágeis de relacionamento, interações, comunicação, liderança e educação. E o que será do negócio sem isto? Que resultados pode-se prever para um futuro não tão distante?

Quem ama educa com responsabilidade e comprometimento; quem precisa, as empresas, por exemplo, se empenha em educar, orientar, direcionar, estimular e ofertar boas referências de vida, do exercício de ser adulto em todos as suas esferas.

Educar é responsabilidade das empresas, na representação de quem a comanda: seus dirigentes, gestores e líderes.  Nada menos do que isto.

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