Gestão Administrativa

Prevenção a incêndio é um braço importante das usinas da Copersucar

De acordo com diretor-técnico da UNICA, unidades gastam mais de R$ 3 milhões anualmente na manutenção da equipe

Brigada de Incêndio da Usina São Manoel, unidade associada à Copersucar
Brigada de Incêndio da Usina São Manoel, unidade associada à Copersucar

O perigo das queimadas em período estiagem é uma preocupação em todo o estado de São Paulo. Acidentais ou criminosas, elas são frutos de ações causadas pelo homem e preocupam diversos setores da sociedade. Combater esse inimigo é um desafio para quem valoriza o meio ambiente.

No Estado de São Paulo, desde 2010, a Operação Corta-Fogo reúne diversos órgãos estaduais que atuam nessa temática – defesa civil, corpo de bombeiros, polícia militar ambiental, CETESB, fundação florestal e a coordenadoria de fiscalização e biodiversidade – e desenvolve campanha de combate às práticas incendiárias, como queimar lixo, realizar limpeza de terrenos com fogo, acender fogueiras perto de florestas, jogar bitucas acesas em área de mata ou soltar balões.

“No contexto das mudanças climáticas a questão dos incêndios florestais demanda esforços contínuos de prevenção de todos os setores da sociedade. O aumento do risco do fogo fora de controle no período de estiagem, no Estado de São Paulo, é uma realidade. Os anos de 2020 e 2021 foram didáticos nesse sentido, com maior severidade e intensidade e, consequentemente, prejuízo econômico e grande impacto sobre a biodiversidade” analisa Rafael Frigério, diretor da Coordenadoria de Fiscalização e Biodiversidade da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, ao CoperCast.

LEIA MAIS > Vale do Verdão valida primeira fase da tecnologia AxiAgro

Dentro do setor sucroenergético as usinas da Copersucar detém diversas iniciativas de prevenção às queimadas. Para divulgar essas ações e compartilhar informações com as comunidades, foi criada a campanha Fogo Zero. O trabalho preventivo desenvolvido por parte das usinas foca em manter até o menor resquício de fogo longe das plantações. O diretor-técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA)Antônio de Pádua Rodrigues, fala sobre o esforço conjunto do setor para combate às queimadas na região Centro-Sul do país.

“As usinas gastam mais de R$ 3 milhões por ano só na manutenção da sua equipe e combate com imagens satélite. Se você considerar todos os investimentos necessários para manutenção do canavial, sem incidência do fogo, é onde temos mais de 11 mil brigadista, mais de dois mil caminhões pipas. Isso tudo tem uma manutenção, tem mais de R$ 10 milhões por ano”.

O robusto investimento do setor em prevenção, preparação e combate às queimadas nos canaviais é visto como estratégico pelo Estado de São Paulo, sendo as usinas de açúcar e etanol referências no apoio regional de combate aos incidentes de grande magnitude, como explica Frigério ao CoperCast.

LEIA MAIS > MasterCana Centro-Sul premia protagonistas do setor bioenergético
Antonio Padua Rodrigues

“Especificamente quanto às ações voltadas à prevenção, as usinas têm importante papel na efetivação de medidas para impedir ou dificultar ocorrência de fogo fora de controle nas áreas de canaviais em território paulista, além do poder de influência sobre a população que reside nos municípios em que as atividades canavieiras são mais intensas. Sendo de fundamental importância o envolvimento e o engajamento na disseminação das informações e de orientações para o cidadão. Com todo o ideal de prevenção e combate necessário para toda atenção na prevenção, mas, quando necessário, também mobilizados para a ação de respostas bem-organizadas”.

LEIA MAIS > Grupo Moreno sai da recuperação judicial

De acordo com Pádua, afastar o fogo de suas produções é apenas um dos pilares do trabalho do setor, que tem um forte compromisso com a sustentabilidade no espaço onde está inserida, a colheita de cana inteira trouxe redução no consumo de água. Antes a cana era lavada para fazer a colheita, só que hoje não. O setor saiu de um consumo de 5 metros cúbicos de água por tonelada de cana na década de 90, para atuais 0,77 metros cúbicos de consumo de água por tonelada de cana. Hoje, as empresas pensam muito em investir na produtividade agrícola e na sustentabilidade, reduzindo, por exemplo, o consumo de óleo diesel.