Mercado

Preços do álcool recuam fortemente com avanço da safra de cana

Os preços do álcool hidratado, usado nos veículos flex, recuou fortemente nos últimos dias, com compradores retraídos esperando uma queda maior e uma oferta crescente com o avanço da safra de cana no centro-sul, afirmaram corretores.

O produto saía na tarde desta terça-feira por 910-920 reais o metro cúbico (mil litros) com ICMS de 12 por cento, com queda de praticamente 30 reais no dia. Há uma semana, o hidratado saía por 1.050 reais.

“O piso deste mercado só Deus sabe. Daqui a pouco está chegando perto do custo de produção de algumas usinas, como as que estão na primeira safra, que têm custos mais altos”, afirmou uma corretora de São Paulo, que aposta numa queda do hidratado até o patamar de 850 reais.

Nesse nível, afirma ela, o recuo das cotações começaria a chegar de modo mais expressivo nos postos, contribuindo para um aumento na demanda, o que por sua vez poderia garantir alguma sustentação.

No caso do álcool anidro, que é usado na mistura com a gasolina, a queda está menor porque a oferta ainda é mais restrita, disseram os corretores. O produto saía nesta terça-feira por 1.040-1.050 reais o metro cúbico, ante 1.150 reais uma semana atrás.

“Nesse patamar, os preços já estão quase arbitrando com o açúcar, e daqui a pouco começam a sair negócios para exportação de álcool”, afirmou a corretora.

As vendas para o mercado externo de álcool da safra nova estão muito fracas até o momento, justamente porque os preços internos relativamente altos na entressafra desestimulavam os produtores a fechar exportações antecipadamente.

Agora, com a perspectiva mais clara de que a oferta será expressiva este ano e com os preços domésticos chegando perto do que estão dispostos a pagar os importadores, os negócios podem começar a sair.

“As usinas já estão olhando com mais disposição o mercado externo. Acho que em mais dez ou 15 dias começam a sair vendas”, opinou um segundo corretor.

Segundo ele, as ofertas dos compradores giram em torno dos 350 dólares por metro cúbico FOB Santos, enquanto há vendedores falando em 370 dólares.

Mais da metade das usinas do centro-sul, que deve ter uma safra recorde de cana de 420 milhões de toneladas, já estava operando no dia 1o de maio, início oficial da safra.

O centro-sul responde por quase 90 por cento da produção nacional e deve priorizar este ano a produção do combustível em detrimento do açúcar diante dos baixos preços desta commodity no mercado internacional.

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