A Czarnikow, trading britânica de alimentos e serviços, divulgou que o valor do ATR acumulado de dezembro manteve-se praticamente estável, permanecendo em BRL 1,2234, mas a queda poderia ter sido muito maior.
“Do açúcar ao etanol, todos os componentes do cálculo do ATR registraram queda nos preços no último mês”, afirma a analista Ana Zancaner.
O etanol hidratado caiu mais de 7% em um mês, com o índice semanal Esalq ficando abaixo de R$1,9/litro pela primeira vez desde setembro de 2020 – lembrando que 2020 foi ano de pandemia, pessoas em casa e consequentemente baixo consumo de combustível.
O açúcar bruto, representado pelo contrato futuro. No 11 caiu quase 500 pontos em um mês – ou USD105/ton. Esse é o componente que mais pesa no preço do ATR, quase 40%, explica a analista.
De acordo com ela, o preço do ATR só não caiu mais porque o No.11 não é apenas a média do mês vigente, mas uma ponderação das mídias de 3 meses dos contratos de outubro (V) e março (H).
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Queda de 4% na previsão do ATR acumulada para março
“Com a queda dos preços do açúcar e com o etanol ainda limitado pela falta de demanda e altos estoques, reduzimos nossa projeção do ATR acumulado de março para R$1,20/kg”, explica Ana.
A nova projeção é uma queda de 4% em relação à estimativa anterior. “Pode parecer um pouco, mas para um fornecedor significaria uma queda de receita de R$ 6,7 milhões no ano”, elucida.
“O preço do ATR não é divulgado separadamente, mas é uma composição do mix de produção de SP esperada para o ciclo 2023/24 – nesta safra, o peso do açúcar chega a 56%. Mas e contratos que não usam o mix SP, ou contratos que olham apenas a parcela de açúcar? Nesse caso, o preço do kg do ATR seria para R$1,44 – acumulado da safra”, finaliza a analista.