Mercado

Petrobras quer mercados para o álcool

A Petrobras pretende brigar pelos mercados americano e europeu de álcool. O diretor de Gás e Energia da estatal, Ildo Sauer, ressaltou que, caso quebre as barreiras destes mercados, poderá conseguir expressivas receitas com a ex-portação do combustível. De acordo com o diretor, o Brasil produz um barril de óleo equivalente de álcool por US$ 40, enquanto nos Estados Unidos o barril custa mais de US$ 60 e, na Europa, US$ 100.

Sauer minimizou ainda possíveis atritos com o governo boliviano causados pela negociação sobre o preço do gás natural importado pelo Brasil. Para o executivo, as conversas entre os dois países extrapolaram o período regulamentar de 45 dias, mas os dois lados aceitaram retomar a negociação por mais 60 dias, com recomeço em meados de setembro.

“Não existe arbitragem prevista”, frisou Sauer, em referência à ameaça feita pelo ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Andrés Solíz Rada, de que pode procurar uma corte de arbitragem caso as negociações não cheguem a bom termo em 60 dias. “A arbitragem é um recurso da parte que se sente insatisfeita e eu não estou vendo nada disso no horizonte”.

O executivo ressaltou que o gás boliviano começou a ser vendido em 1999 por US$ 1 o milhão de BTU (British Termal Unit, unidade de calor britânica) e remunerava o investimento. “Hoje, recebendo mais de US$ 4 por milhão de BTU, continua remunerando.”

O diretor da Petrobras também informou que está em fase final o edital de licitação para afretamento com opção de compra de dois navios-tanque com plantas de regaseificação de Gás Natural Liquefeito (GNL) a bordo, projeto que reduzirá a dependência do mercado brasileiro pelo gás boliviano. Com a importação de GNL, a estatal deixará de fazer investimentos da ordem de US$ 2 bilhões para duplicar o Gasoduto Bolívia-Brasil. “Temos recebido muitas ofertas desse tipo de navio, a negociação está andando e até o final do ano estará concluída”, estimou.

As plantas móveis de GNL ficarão no Ceará e no Rio de Janeiro e terão capacidade de produção de 4 milhões e 16 milhões de metros cúbicos diários de gás, respectivamente, voltados ao consumo de termelétricas.

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