Mercado

Multinacionais de olho nos ativos da Equipav

O grupo Equipav vai receber nos próximos dias as propostas dos interessados em suas duas usinas sucroalcooleiras, instaladas em São Paulo. O Valor apurou que os ativos do grupo estão sendo cobiçados por grupos estrangeiros, como Bunge, a indiana Shree Renuka e a Noble, e também por grandes companhias nacionais, como Cosan e São Martinho, em parceria com a GP Investments.

Das usinas que estão à venda no Centro-Sul do país, os ativos da Equipav estão entre os mais atraentes no mercado, afirmam fontes. As unidades do grupo Moema também estão na mira de grandes grupos, mas a Bunge ainda tem um contrato de exclusividade com os acionistas da empresa.

O Valor apurou que as propostas pelas usinas da Equipav deveriam ser apresentadas no início da próxima semana. No entanto, as multinacionais interessadas nos ativos da companhia pediram mais prazo para poderem analisar as demonstrações financeiras da empresa. “Uma nova data para apresentação das propostas foi remarcada para o dia 13 de novembro. A Equipav demorou para apresentar o balanço e isso atrapalhou o processo”, afirmou uma fonte. “O endividamento da empresa é grande”, disse a mesma fonte.

O banco Santander foi contratado pela Equipav para assessorar essa operação.

Abatida pela crise que atingiu boa parte das usinas do setor, a Equipav, cujos acionistas controladores atuam no segmento de infraestrutura e concessões de rodovias, adiou há alguns meses dois grandes projetos “greenfield” (construção a partir do zero) em Mato Grosso do Sul e Goiás, de cerca de R$ 1 bilhão no total. “As duas usinas do grupo têm capacidade para 5 milhões de toneladas de cana, com possibilidade de expansão”, informou um dos grupos interessados.

O interesse dos grupos estrangeiros no setor sucroalcooleiro é um movimento recente. A Bunge fez sua estreia no setor em 2007, com a compra da usina Santa Juliana, em Minas Gerais. A Noble, com duas usinas no Estado de São Paulo, também fez sua estreia no mesmo ano e quer ampliar sua atuação em área de energia. Procurada para comentar sobre a possível proposta, a companhia não se manifestou. O Valor conversou com o principal executivo da Shree Renuka, Narendra Murkumbi, mas ele preferiu não falar sobre o assunto. O grupo indiano, que refina cerca de 1 milhão de toneladas por ano em suas unidades na Índia, também estaria de olho em outras usinas do Centro-Sul.

A Cosan informou que analisa “todas as oportunidades no mercado”, mas que não há nenhuma negociação em curso. A São Martinho também não comentou o assunto. A Equipav não retornou as ligações.

Banner Revistas Mobile