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Usinas associadas à Copersucar reduziram em mais de 43% a captação de água nos últimos quatro anos

Usina São Luiz, de Ourinho-SP, é exemplo em recuperação de minas d’água

Usina São Luiz (Ourinho-SP) é exemplo em recuperação de minas d’água
Usina São Luiz (Ourinho-SP) é exemplo em recuperação de minas d’água

Nas últimas quatro safras, a Copersucar e as 34 unidades associadas reduziram em 43% a captação de água, uma vez que o volume retirado de rios e do subsolo passou de 173,6 milhões de m³ registrados na safra 2018/19 para 98,8 milhões de m³ no último período.

Neste levantamento destaca-se ainda o fato de 86,2% do total consumido no último período ser de fontes superficiais e apenas 13,7%, de captação subterrânea, sendo que as empresas não realizam captação em área de estresse hídrico e a concentração de sólidos totais dissolvidos no volume captado é inferior a um grama por litro.

Segundo a empresa, parte deste desempenho é fruto de um trabalho focado no frequente aprimoramento da qualidade dos processos produtivos, originário de discussões e endereçamento de questões técnicas que permitem o desenvolvimento de planos de ação voltados para o aumento da eficiência e da produtividade.

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A Copersucar acompanha uma série de indicadores ESG de performance de todas as usinas, alinhados aos parâmetros da Global Reporting Initiative (GRI), desenvolvendo um comparativo de resultados. Com isso, busca incentivar as usinas a adotarem os mais elevados padrões na gestão e no monitoramento dos impactos socioambientais de suas atividades, como consumo de água, geração de resíduos, gestão de fornecedores e pegada de carbono.

Preservação dos recursos hídricos nas usinas começou há décadas

A Usina São Luiz, localizada em Ourinho – SP, é um bom exemplo neste cenário. Em 1998, foi sugerido que a usina, aumentasse sua propriedade agregando uma área próxima, explorada por muitos anos para pastagem. Ao invés de usar o local para o plantio, o presidente da empresa na época, muito atento com a disponibilização de água nas cabeceiras, nas minas e nos olhos d’água, preferiu trabalhar a preservação da vegetação ao longo dos rios da região adquirindo a propriedade com o intuito de regenerar a área. E isso aconteceu bem antes da criação do novo código florestal de 2012 e do Acordo de Paris em 2015.

Desde então, a área passou por uma transformação completa, onde foi realizado o reflorestamento da área ao longo dos rios Pardo, Turvo e Paranapanema, o que gerou a recuperação da Mata Atlântica nas antigas regiões degradas e de parte da floresta que ainda sobrevivia, devido principalmente ao trabalho de enriquecimento do solo e conservação de olho d’água, minas e nascentes.

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No total, 18 minas d’água foram recuperadas. Hoje, a área de preservação possui mais de 500 hectares, 700 mil mudas plantadas e 150 mil árvores regeneradas, onde vivem 259 espécies de animais.

De acordo com Manoel de Andrade, gerente de Meio Ambiente da Usina São Luiz, a recuperação de nascentes é fundamental para quem busca resultados positivos no médio e longo prazo.

“Durante a estiagem de 2021 nossos reservatórios não baixaram, muito em razão deste trabalho de recuperação de minas e de toda a vegetação em seu entorno. Prova disso é que entre maio e setembro daquele ano, em um período com poucas chuvas e severa seca, enquanto boa parte das represas das bacias hidrográficas do entorno sofriam ao apresentar níveis inferiores a 30%, chegando a alguns casos, como a Represa de Jurumirim, a menos de 20%, nossos reservatórios se mantiveram cheios, acima de 70% da capacidade”.

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Além da recuperação de minas, a usina, que tem como slogan “O meio ambiente começa no meio da gente”, ainda trabalhou em outras ações, como a implementação do circuito de água fechada e ampla campanha de uso racional da água junto à comunidade e seus mais de 2500 colaboradores. A Usina São Luiz inclusive serviu de exemplo de sustentabilidade para outras grandes empresas região.

Na última década, o desenvolvimento tecnológico da parte industrial também seguiu o mesmo caminho com redução de quase 40% de uso da água, saindo do uso de 800 litros por tonelada esmagada para menos de 500 litros com a mesma quantidade.