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Ministérios da Agricultura e de Relações Exteriores anunciam consolidação de mercados para DDG/DDGS

Iniciativa deverá ampliar as exportações deste importante produto das indústrias de etanol de milho e cereais e impulsionar a produção nacional.

Ministérios da Agricultura e de Relações Exteriores anunciam consolidação de mercados para DDG/DDGS

O Ministério de Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério de Relações Exteriores (MRE) anunciaram a consolidação do Vietnã, Tailândia, Turquia e Nova Zelândia como mercados consumidores de farelos de milho e cereais utilizados como insumos para produção de proteínas, conhecido como DDG/DDGS.

A iniciativa deverá ampliar as exportações deste importante produto das indústrias de etanol de milho e cereais e impulsionar a produção nacional.

A abertura e a consolidação de novos mercados para o DDG/DDGS são algumas das missões assumidas pela União Nacional do Etanol de Milho (Unem) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). Em julho deste ano, um projeto de parceria para promoção do DDG/DDGS foi assinado pelas duas entidades com a anuência do Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e do presidente da ApexBrasil, Jorge Viana.

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Dentre os objetivos do projeto Unem-Apex, estão o mapeamento de mercado estratégicos, a aproximação com potenciais compradores e o posicionamento do produto brasileiro no mercado internacional por meio de branding setorial e realização de projeto imagem; projeto comprador, missão comercial e participação em feiras de alimentação animal.

Para o presidente-executivo da Unem, Guilherme Nolasco, a atuação do Mapa na interlocução com países prioritários do projeto foi de suma importância. “No início deste ano, a Unem apresentou ao Ministério os mercados-alvos do projeto Unem-Apex e solicitou uma parceria em busca de consolidar a relação comercial. Desde então o Mapa atuou de forma rápida e estratégica e o resultado foi anunciado hoje (17)”.

Com a formalização do protocolo de exportação, um fluxo contínuo de comércio deverá ser estabelecido com potencial de crescimento das exportações. Segundo Nolasco, a expectativa é que novos mercados sejam abertos, especialmente a China, que é um importante produtor e consumidor de proteínas.

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Produção – O Brasil deverá produzir 4 milhões de toneladas de farelos de milho/cereais na atual temporada. Os chamados DDG/DDGS, sigla em inglês para Dried Distillers Grains with Solubles (grãos secos de destilaria com solúveis em português), são oriundos do processo de produção do etanol de milho/cereais e utilizados para nutrição animal. Devido a alta concentração de proteínas, são uma alternativa para dietas de ruminantes, suínos, aves e pets.

No Brasil, o DDG/DDGS se tornou um importante aliado do processo de intensificação da produção de proteínas, sobretudo na dieta de bovinos, aves e suínos, contribuindo para redução do tempo de produção e maior produtividade por área.  Na pecuária de corte, o uso do DDGS viabiliza ampliar a produção de carne, sem a necessidade de abertura de novas áreas de pastagem.

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Com o crescimento do parque industrial de bioetanol no Brasil, há um natural aumento na oferta de DDGS e com isso surge a necessidade de expansão do mercado. Esse excedente tem potencial de atender diversos mercados internacionais. De acordo com um relatório da MarketsandMarkets, a demanda global por DDG/DDGS deverá crescer a uma taxa composta anual de 3,2% entre 2020 e 2025, impulsionada pelo aumento do consumo de carne, sobretudo em países em desenvolvimento.

De acordo com a ApexBrasil, a exportação do farelo de milho brasileiro representa uma oportunidade para gerar mais receitas, desenvolvimento de tecnologia e atração de capital externo. O DDG/DDGS e demais produtos das indústrias de etanol, como o óleo de milho, chegam a representar uma agregação de valor de 100% em relação ao grão in natura.

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Vale destacar, também, que a produção de etanol de milho e cereais utiliza grãos de segunda safra e que seriam exportados sem agregação de valor, os chamados excedentes exportáveis. Sendo assim, não compete com a produção de alimentos, pelo contrário, contribui para rotatividade de cultura, que tem benefícios para o solo e no combate a pragas, e com a geração de renda e receita no campo e nas cidades, por meio da industrialização.