Mesmo seu potencial energético sendo conhecido desde 1900, somente com a 1ª crise do petróleo se pensou em utilizar o Álcool para enfrentar a escassez de combustível.
Uma solução perfeita, pois beneficiaria a balança comercial brasileira e contribuiria para a saúde da população. Só tínhamos a ganhar com o Proálcool. Porém, sua trajetória não foi fácil.
O petróleo despencou em 1987 e o Brasil quase abandonou o programa, depois de ter investido R$ 7 bilhões. Uma descrença geral sobreveio com a primeira crise de abastecimento, porém uma intensa mobilização política manteve as esperanças do setor.
O Álcool ressurge com os debates sobre o aquecimento global. Com a tecnologia flex-fuel, o biocombustível foi novamente adotado pelo brasileiro e, de lá para cá, a produção aumentou para 36 bilhões de litros/ano, o Setor gerou 800 mil empregos diretos e uma receita que representa 2% do PIB.
“O Etanol é, portanto, uma realização tecnológica, ambiental, econômica, social e política dos brasileiros e não podemos abrir mão dessa conquista”.
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Há, entretanto, ameaças. O Governo discute a possibilidade de zerar o imposto de importação para enfrentar um desabastecimento. Entretanto, para o Ministério da Agricultura, os estoques são suficientes para atravessar a entressafra. Estamos diante de uma medida com elevado potencial de provocar desequilíbrio na produção nacional.
A redução na mistura também é analisada como forma de diminuir o valor da gasolina; a medida, porém, é inócua – reduzindo de 27% para 18%, o preço cairia apenas 0,6% na bomba. Um retrocesso, pois o processo de descarbonização reduz as internações hospitalares e a taxa de mortalidade.
Esse processo, eficientemente implementado pela Política Nacional dos Biocombustíveis, está ameaçado se continuarmos a reduzir as metas do RenovaBio – um programa que firma nosso compromisso com o respeito às regras ambientais, como o CAR, o PRA, o Zoneamento Agroecológico da Cana e o Desmatamento Ilegal Zero. O RenovaBio criou ainda uma bem sucedida moeda verde, os Créditos de Descarbonização (CBIO’s), que incorpora a sustentabilidade no processo produtivo.
Estamos alerta na defesa desse “Patrimônio Nacional”. Na era da bioenergia, a indústria do Etanol está fornecendo eletricidade necessária para superarmos a crise hídrica e podemos fazer ainda mais com o aproveitamento energético do Biogás e do Biometano.
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A recente luta pela ampliação da tolerância de peso dos caminhões de cana mostra o quão resiliente é o setor, que, há mais de 40 anos, vem superando desafio após desafios para se tornar um orgulho para o povo brasileiro. Na esteira desse sucesso, outros países, como a Índia, caminham na mesma direção e o Etanol avança como commodity mundial.
“A biomassa é nossa e o Brasil, vanguarda da Economia Verde”.
Deputado Arnaldo Jardim
Presidente da Frente Parlamentar em defesa do Setor Sucroenergético.
Esta matéria faz parte da edição de dezembro do JornalCana. Para ler, clique AQUI!