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El Niño pode prejudicar colheita da safra diz CEO da Raízen

Caso o fenômeno climático se intensifique Mussa afirma que moagem no final de ciclo da companhia poderá ser afetada

As chuvas adequadas favoreceram a cana da 15/16 em MG
As chuvas adequadas favoreceram a cana da 15/16 em MG

De acordo com a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), o trimestre atual – de maio a julho – possui 82% de chance de ter condições de El Niño, devendo durar até o começo do ano que vem.

A agência meteorológica norte-americana diz que ainda é cedo para afirmar com propriedade a ocorrência de um “Super El Niño”, visto que o fenômeno ainda não está em atuação, mas é esperado que a temperatura da superfície do mar (TSM) atinja seu pico no trimestre de outubro a dezembro.

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A ocorrência geralmente traz condições mais secas do que o normal em partes da Ásia e da Austrália e clima úmido no Brasil, prejudicando historicamente a produção nas principais áreas de açúcar. Embora o padrão ainda não seja uma certeza, as chances de um deles se firmar ainda este ano aumentaram.

“Vemos uma melhora para os preços do açúcar e do etanol, diluição dos custos e menos pressão inflacionária. Com o aumento do volume de cana processada, o maior risco é conseguir colher a safra, já que o El Niño pode afetar nossa moagem no final do ciclo”, disse o CEO da Raízen, Ricardo Mussa.

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Ricardo Mussa

De acordo com ele, a safra da companhia pode chegar a um volume de 80 milhões de toneladas na temporada de 2023/24.

A anterior foi de 73,5 milhões, com o clima seco afetando a disponibilidade de cana. Além disso, a Raízen disse que intensificou a renovação de seus canaviais em 2022/23, reduzindo a área de colheita.

Ao comentar estratégias de vendas, Mussa disse que a companhia já fixou 85% da safra de açúcar da temporada 2023/24 e ainda fixou 30% da produção da temporada 2024/25, aproveitando a alta nos preços no mercado internacional.

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“Estou otimista em relação aos preços. Não sei se eles vão se manter acima dos 25 (centavos de dólar por libra-peso na bolsa de Nova York), mas acredito que estamos fazendo bons negócios”, pontuou Mussa durante a teleconferência de apresentação de resultados da companhia.