A Cooperativa Pindorama deu um grande salto para a ampliação do desenvolvimento econômico da região Sul de Alagoas, após concluir, neste ano de 2023, os projetos de três novas indústrias.
Duas já estão funcionando a plenos pulmões: a unidade de beneficiamento de cereais, para fabricação de flocão e de arroz, e a unidade de doces e atomatados.
A terceira e maior delas, a usina de etanol de milho, está em fase de testes, aguardando certificação dos órgãos de controle e fiscalização.
As plantas saíram do papel e foram concluídas em fevereiro deste ano, quando iniciou-se o período de testes de produção do etanol de milho, bastante comemorado pela diretoria da Pindorama quando, pela primeira vez, jorrou das torres de destilação o álcool produzido a partir do processamento do grão, um marco para o setor.
Ao mesmo tempo, como resultado desse processo, foi gerada a primeira quantidade de WDG (Wet Distillers Grains – Grãos Úmidos de Destilaria), que são as sobras do processamento do milho após a produção do álcool, e que serve como alimento de grande poder nutricional para diversos tipos de animais, como equinos, asininos, muares, bovinos, ovinos, caprinos, suínos, aves e peixes.
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Com base no que vem sendo observado na fase de testes, o presidente da Cooperativa Pindorama, Klécio Santos, comemorou o que chamou de concretização de um grande sonho.
“Não se trata apenas da produção do álcool de milho e do WDG, mas da concretização de um grande sonho, que trará uma realidade de melhorias para toda a nossa região”, disse.
Primeira usina flex do Norte-Nordeste
O novo empreendimento da Pindorama torna a unidade industrial a primeira usina flex do Norte-Nordeste e uma das poucas unidades do segmento do país, uma vez que a fabricação do etanol do milho une-se à tradicional da moagem da cana-de-açúcar.
“A inserção de mais uma unidade resulta num incremento muito grande em nosso processo produtivo. Nossa usina, que vem batendo recorde ano a ano, irá expandir-se ainda mais, fazendo, basicamente, a entressafra inexistir, pois enquanto a unidade de processamento de cana-de-açúcar entra em reparo, a de milho continua a todo vapor, agregando muito mais valor e capacidade de geração de emprego e renda”, afirmou Klécio Santos.
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Segundo Valdir Vilela Neto, químico industrial da Usina Pindorama, a unidade de etanol de milho vem com uma capacidade de processamento de 300 toneladas de grãos por dia, resultando na produção diária de 123 mil litros do produto.
De acordo com o diretor-secretário da Pindorama, Antônio de Oliveira, o que antes era apenas um projeto, agora sai do papel para gerar riquezas.
“Tínhamos um projeto no papel. Enfrentamos vários desafios e, em tempo recorde, levantamos as novas unidades industriais. Conseguimos tornar concreto aquilo que era apenas uma ideia. Agora vamos fazer valer o investimento, pois é somente através do trabalho que se consegue alcançar patamares mais altos”, destacou Oliveira.
Vice-presidente da Cooperativa, Carlos Roberto Santos enfatizou a importância da produção de energia limpa para a proteção do meio ambiente e economia no bolso do consumidor.
“Produzir energia limpa, a partir de recursos renováveis, como é o caso da cana e, agora, também do milho, contribui para a diminuição de gases poluentes e melhora a qualidade de nosso meio ambiente. Em época de combustíveis fósseis caros, o abastecimento com etanol também nos favorece com mais economia para o bolso do consumidor. Nós economizamos e ainda temos um ar mais puro para respirar”, garantiu.
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WDG
A produção do álcool a partir do milho gera um subproduto necessário para a nutrição animal. Trata-se do Wet Distillers Grains – WDG, que em tradução literal quer dizer Grãos Úmidos de Destilaria.
O WDG é oriundo da fermentação do grão. Por conter alta concentração de proteína (36%), o produto é ideal para auxiliar na dieta animal.
A estimativa é que cerca de 145 toneladas de WDG sejam geradas diariamente a partir do processamento do milho na produção do álcool.
Primeira fábrica de WDG do Norte-Nordeste do país, a Pindorama, de acordo com o químico José Valdo da Silva, coordenador de processos químicos da unidade de etanol de milho, vai facilitar a vida dos pecuaristas e criadores da região.
“Nosso WDG está revolucionando o mercado de nutrição animal e facilitando a vida de criadores de bovinos, ovinos, caprinos, suinos, asininos, muares, equinos, aves e peixes. Eles têm acesso a um produto altamente rico em proteína (36%) e com custos reduzidos, em função de ser fabricado dentro da região, facilitando a logística e dando mais possibilidades de um mercado mais bem abastecido”, garantiu.
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Tempo recorde
Um dos maiores especialistas na produção de etanol de cereais do país, responsável, inclusive, pela instalação da primeira unidade do setor no Brasil, o engenheiro de produção mato-grossense Adriano Soriano, coordenou a construção da usina de álcool de milho da Pindorama.
Segundo o especialista, a nova unidade da Cooperativa foi erguida em tempo recorde.
“Há cerca de um ano se pensava na ideia, a diretoria saiu para fazer visitas e conhecer algumas usinas. Em menos de 5 meses do início da obra finalizamos a planta, que é uma das melhores já executadas no país até hoje”, disse Soriano.
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Início da produção
Segundo o gerente industrial da Usina Pindorama, Erikson Viana, enquanto aguarda a certificação de órgãos de controle e fiscalização, como a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis-ANP, para a devida fabricação e comercialização do produto, a usina de etanol de milho da Pindorama segue em fase de testes, aprimorando a capacidade de produção.
“Estamos apenas iniciando as operações. Com o passar dos dias, e após os ajustes necessários, o funcionamento será aperfeiçoado, ampliando nosso poder de processamento dos grãos, o que resultará num maior aproveitamento da matéria-prima e consequente crescimento do quantitativo de produção”, garantiu Viana.
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Projeção de faturamento
Com o investimento para as construções da usina de etanol de milho, unidade de WDG, fábrica de flocão e de doces e atomatados, a Cooperativa Pindorama, por meio do seu setor contábil, projeta lucros bastante positivos relativos às duas unidades já postas em operação.
De acordo com o gerente de Contabilidade Jerfeson Leandro, estima-se que a soma da comercialização do etanol de milho e WDG chegue próximo da casa dos R$ 180 milhões de receita anuais.
“Tendo como base o processamento de 300 toneladas de grãos por dia, resultando na produção de 123 mil litros de etanol e de 165 toneladas de WDG diários, estimamos que o faturamento anual alcance patamares em torno de R$ 180 milhões por ano, levando em consideração que esses números podem ser superados em muito, uma vez que estamos falando do início de um processo que vai ser aperfeiçoado a medida em que as otimizações vão, naturalmente, acontecendo”, projetou Leandro.
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Fábricas de flocão, doces e atomatados
Outras duas unidades industriais da Cooperativa Pindorama, as fábricas de flocão de milho e de doces e atomatados, já iniciaram suas operações, ampliando o já amplo mix de produtos Pindorama que vão às prateleiras dos principais supermercados e mercados de 15 estados brasileiros.
Com mais essas novas indústrias, estima-se que cerca de 2 mil novas vagas de empregos diretos e indiretos sejam criadas, renovando o fôlego da economia da região Sul de Alagoas e ampliando as condições de vida de uma grande fatia da população do estado.
A Cooperativa Pindorama recebeu dois prêmios na edição 2023 do MasterCana Nordeste: nas categorias “Estratégia Empresarial – Gestão” e “Produção de Etanol de Milho – Tecnologia & Inovação”.
Esta matéria faz parte da edição 348 do JornalCana