O potencial de capacidade instalada de cogeração de bioeletricidade do setor sucroenergético no Estado de São Paulo poderá atingir quase 13 mil MW até 2020, segundo o Plano Paulista de Energia, lançado pelo governo do Estado dia 18 de julho. Esta capacidade é equivalente a potência de uma das maiores hidrelétricas do mundo, a de Itaipu.
De acordo com Onório Kitayama, diretor da Nascon Agroenergia, esta não é uma projeção exagerada, é uma realidade. O especialista estima que este potencial pode ser ainda maior.
“Temos 7 anos de desenvolvimento tecnológico para aumentar esta estimativa, pois a energia não vem sendo aproveitada como deveria, não usam todo o potencial do bagaço, por exemplo”, explica.
O Balanço Energético Nacional da safra de 2012/13 informa que houve aumento da participação de energias renováveis na matriz elétrica brasileira. Houve também uma redução de 9,8% na produção de bioeletricidade.
Modelo imperfeito
Onório Kitayama diz que o governo avaliava o modelo energético vinculado às hidrelétricas à prova de falhas. Avaliação esta, que os apagões ocorridos entre 1997 e 2000 fez “cair por terra”.
“Estaríamos próximos desta situação novamente se os níveis dos reservatórios não tivessem voltado a subir. Por sorte, choveu fora de época este ano, em abril e maio”, comenta.
Kitayama lembra que apesar do Brasil ter um grande potencial hídrico a região Sul e Sudeste tem como característica a alternância entre períodos de estiagem longos e períodos de chuva intensos. “Estamos sujeitos à imprevisibilidade do tempo. Vez ou outra corremos o risco de apagão, então qual é a razão para não acrescentarmos essa possibilidade da biomassa contribuir na economia de água? Isso mostra como esse potencial da bioeletricidade é importante para o país”, acrescentou.