A história da geração de energia a partir da cana-de-açúcar no Brasil começou há mais de 35 anos, na década de 1980, com a Usina São Francisco. Na sequência vieram as usinas São Martinho e a Vale do Rosário.
“Hoje temos mais de 240 usinas exportando energia elétrica para a rede a partir da biomassa da cana. E tem grande representatividade esta energia que hoje está no sistema”, afirmou Zilmar Souza, gerente de bioeletricidade da UNICA (União da Indústria de Cana-de-açúcar), no 13º Seminário da Bioeletricidade e do Biogás Unica/CEISE Br, que fez parte da programação paralela da Fenasucro & Agrocana.
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Na abertura do Seminário de Bioeletricidade, Rosana Amadeu, presidente do CEISE Br, destacou a importância do setor sucroenergético na oferta de energia limpa e renovável para a matriz energética do país.
Representando o elo responsável pela produção de equipamentos, soluções e serviços na cadeia sucroenergética, Rosana frisou que agora o papel do setor é ainda maior frente aos desafios da transição energética que o país vislumbra para os próximos anos.
“Cada vez mais as empresas da nossa cadeia estarão focadas em desenvolver pesquisas e tecnologias de ponta para fortalecer a nossa vocação para a geração de energia. E o CEISE Br estará sempre atuando ao lado das empresas, fomentando inovações e negócios, discutindo a superação de entraves e abrindo novas oportunidades”, disse Rosana.
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A importância da bioeletricidade fica evidente ao se visitar vários expositores na feira. Muitas empresas expõem diferentes soluções para o setor sucroenergético com foco na geração de energia, que se tornou um grande negócio para todos os atores da agroindústria sucroenergética.
Segundo Evandro Gussi, diretor-presidente da UNICA, quando se analisa hoje o setor sucroenergético, logo se depara com as diferentes possibilidades que são propiciadas pela agroindústria canavieira, que não apenas estão relacionadas ao bioetanol e à bioeletricidade, mas também ao biogás, ao biometano etc. “Estas diferentes oportunidades estão relacionadas às características e decisões tomadas em cada negócio, mas que só são possíveis porque a agroindústria da cana-de-açúcar é uma fonte de bioenergia”.
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Na visão de Gussi, a bioeletricidade ganha força a partir do debate da segurança energética e da sustentabilidade. “A tendência é termos o crescimento das fontes renováveis no país, mas a energia oriunda da cana-de-açúcar tem suas externalidades e que precisam ser reconhecidas, como potência, despachabilidade e descentralização na geração.
Na UNICA, junto com as associadas, na Cogen (Associação da Indústria de Cogeração de Energia) e na CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), o foco é por impulsionar cada vez maior à bioeletricidade da cana-de-açúcar.
“E essa atenção qualifica e muito a nossa geração de bioenergia”, diz Gussi. “Mas falta as pessoas conhecerem a relevância e a qualidade dessa energia elétrica que geramos a partir de nossos parques de biomassa. Precisamos vocalizar isso”, acrescenta.
Um dos destaques do Seminário foi a entrega do Certificado/Selo Energia Verde a players que se destacam na área de bioeletricidade no país. “Afinal, estamos falando de uma fonte energética com muitos fatores positivos. Parabéns aos que consomem e aos que fornecem essa energia elétrica, fazendo bem não só para seus negócios, mas sobretudo para o meio ambiente e as próximas gerações”, concluiu Gucci.