Governo pretende estimular o aumento de produção do etanol

“O governo não produz biocombustíveis. Então não é papel do governo entrar na produção de biocombustíveis. É papel do governo criar as condições para que os investimentos privados aconteçam e o setor cresça dentro de um ambiente seguro e saudável para todos os agentes”.

Com essa afirmação, Ricardo Dornelles , Diretor do Departamento de Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, deu início a painel “A nova Regulação do Setor”, durante a 11 Conferência da Datagro , realizada em São Paulo.

Especialistas e membros do governo se reuniram com intuito de clarear as incertezas do mercado e da sociedade em relação a nova regulação do setor. Desde setembro foi atribuída à ANP (Agencia Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) a fiscalização e a regulamentação do setor de etanol. A agência passou a ser responsável pelo segmento, que deixou a categoria de subprodutos agrícolas. Uma das medidas foi diminuir o percentual de etanol mesclado à gasolina, que passou de 25 a 20%.

Segundo o Secretário de Produção e Agroenergia, Manoel Bertone, que moderou o painel,o setor passou um revés poderoso nesta última safra, marcado pela absoluta falta de previsibilidade.” Nenhum de nós, em fevereiro, poderia prever a queda de produção que ocorreu no Centro-Sul. Essa surpresa deverá nos trazer uma lição marcante, de que sem uma agricultura forte o setor não será forte”, afirmou.

De acordo com Dorneles, busca -se dentro do governo um consenso para criação de medidas para (re) estimular a produção de etanol, para o crescimento da oferta do biocombustível. Segundo ele, a regulação é uma necessidade, e por se tratar de um bem essencial, a intervenção é natural e normal, para dar condições ao mercado para crescer de forma sadia. “A regulação tem que buscar o equilíbrio. Não pode ser nem tão forte pra que todo mundo queira correr, nem tão fraca para que ninguém dê bola para ela. Temos que fugir dos extremos. É um processo, não é algo estático. O interesse da regulação é atender bem a sociedade, buscar uma relação harmônica entre os agentes’, explicou.

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