Usinas

Estados Unidos avançam na produção de SAF

Pioneira, usina instalada no estado da Geórgia, terá capacidade para produzir 10 milhões de galões de SAF e diesel renovável anualmente a partir do milho

(Freepik)
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Os Estados Unidos estão avançando no mercado de combustível de aviação sustentável, dando um passo significativo com a inauguração da primeira usina no mundo a utilizar etanol de milho para produzir combustível de aviação com menor impacto de poluição.

A instalação, localizada no estado da Geórgia e pertencente à LanzaJet, conta com investimentos da British Airways, através da International Airlines Group (IAG), e da Suncor Energy, entre outros.

A LanzaJet, com sede em Illinois, formalmente apresentou sua instalação de US$ 200 milhões durante um evento com a presença de investidores e autoridades locais, incluindo o secretário de Agricultura dos EUA, Tom Vilsack. A usina, que recebeu apoio financeiro do governo dos EUA, planeja utilizar biocombustível proveniente de matérias-primas tradicionais, como o milho cultivado nos EUA, bem como tecnologias avançadas, conforme explicou o CEO da LanzaJet, Jimmy Samartzis à Bloomberg Línea.

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Localizada em Soperton, a usina terá capacidade para produzir 10 milhões de galões de Combustível de Aviação Sustentável (SAF) e diesel renovável anualmente. Essa iniciativa está alinhada com a meta do presidente dos EUA, Joe Biden, que busca atingir pelo menos 3 bilhões de galões de produção geral de SAF anualmente até 2030.

De acordo com a Bloomberg Línea, a International Airlines Group (IAG), investidora na LanzaJet desde 2021, expressou o plano de levar essa tecnologia para o Reino Unido, alinhando-se com a meta do governo britânico de ter cinco usinas de combustível de aviação sustentável em construção até 2025. O CEO da IAG, Luis Gallego, destacou a importância dessa iniciativa, afirmando que a usina nos EUA é um exemplo de como o apoio governamental e investimentos em tecnologias verdes podem tornar a aviação mais sustentável.

Apesar desse avanço, grupos de Iowa alertaram que agricultores e fabricantes de etanol no principal estado produtor de milho dos EUA podem perder oportunidades significativas no mercado de combustível de aviação sustentável. Eles destacaram que nenhuma usina de etanol em Iowa possui atualmente uma pontuação de intensidade de carbono baixa o suficiente para qualificar-se como ingrediente para a produção de SAF.

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Em contraste, o Brasil, que produz principalmente etanol a partir de cana-de-açúcar, já entrega mais de 7 bilhões de galões de etanol com uma pontuação de carbono esperada para atender aos requisitos de produção de SAF, de acordo com os grupos locais.

A Raízen é pioneira nesta questão, sendo a primeira produtora de etanol certificada para produzir combustível sustentável de aviação (SAF) mundialmente está no Brasil. A Zilor também já conquistou a certificação ISCC/CORSIA que abre as portas para o mercado de produção do SAF e a tecnologia já vem sendo desenvolvidas por várias empresas.

As cias aéreas também anunciaram que apostam no SAF de etanol para redução de emissões. A Latam, por exemplo, estabeleceu o compromisso de usar 5% de SAF em suas operações até 2030. E a Embraer pretende chegar a 100% de fontes de energia renovável até 2030.

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