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Dólar sobe e atinge R$ 2,96 após superavit fraco no Brasil e antes de Fed

R$ 3,80 é quanto deve valer o dólar em 2016, conforme o boletim Focus (Foto: Divulgação)
R$ 3,80 é quanto deve valer o dólar em 2016, conforme o boletim Focus (Foto: Divulgação)

O dólar sobe nesta quarta-feira (29) e atingiu R$ 2,96 no início dos negócios após as contas do Tesouro Nacional registrarem o menor superavit –receitas maiores do que as despesas, sem incluir os juros da dívida pública– em 17 anos.

A notícia de que a economia americana ficou estagnada no primeiro trimestre ajudou a conter a alta da moeda americana. Os investidores, no entanto, aguardam a decisão sobre a política monetária que sairá da reunião do Federal Reserve (Fed, banco central americano), que termina nesta quarta.

Das 24 moedas emergentes, 15 se valorizavam em relação ao dólar às 11h31.

Às 11h31, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha alta de 0,60%, para R$ 2,921, e o dólar comercial caía 0,91%, para R$ 2,917.

Às 11h31, o Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, caía 1,12%, para 55.186 pontos.

No Brasil, as contas do Tesouro Nacional tiveram um superavit de R$ 1,5 bilhão em março, ante resultado positivo de R$ 3,5 bilhões registrado no mesmo período do ano passado.

No trimestre, o governo acumulou um superavit primário de R$ 4,7 bilhões. Trata-se do pior resultado fiscal para o período desde 1998. O resultado indica que o governo terá dificuldade de cumprir sua meta de economizar 1,2% do PIB neste ano, o que aumenta a preocupação de investidores.

Mesmo com a determinação do governo de cortar gastos para reequilibrar as contas públicas, que no ano passado terminaram no vermelho, as despesas caíram apenas 0,8% nesses primeiros três meses da gestão de Joaquim Levy na Fazenda.

EUA

O PIB americano cresceu a uma taxa anualizada de 0,2% no primeiro trimestre, informou o Departamento do Comércio americano. Foi a leitura mais fraca em um ano. Nos três últimos meses de 2014, a economia americana cresceu 2,2%.

Embora existam sinais de que a economia está melhorando, dados sobre construções de moradias, atividade industrial, vendas no varejo e investimento empresarial sugerem que a recuperação não terá o mesmo vigor visto no ano passado, quando a economia se recuperou rapidamente do clima frio.

“Esse resultado deve fazer com que o Fed adie o aumento dos juros no país para o fim do ano, enquanto antes o mercado esperava alta já agora em junho”, afirma Eduardo Velho, economista-chefe da gestora INVX Global Partners.

Na reunião desta quarta-feira, o banco central americano deve sinalizar se vai ou não deixar os juros em patamares baixos por mais tempo. Caso decida adiar o aumento, os investidores optariam por manter seu dinheiro em países emergentes, como o Brasil, que remuneram mais.

Com a perspectiva de maior entrada de dólares na economia brasileira, a cotação da moeda cai.

BOLSA

As ações do Bradesco caem nesta sessão, após o banco registrar aumento de sua inadimplência no primeiro trimestre do ano.

Às 11h31, as ações do Bradesco caíam 2,28%, para R$ 31,72.

Os papéis da Petrobras operam estáveis nesta quarta. As ações preferenciais –mais negociadas e sem direito a voto– tinham queda de 0,23%, para R$ 12,75, às 11h32. No mesmo horário, as ações ordinárias, com direito a voto, subiam 0,22%, para R$ 13,66.

As ações da Vale registram queda de mais de 5%, acompanhando a desvalorização no preço do minério de ferro, de 4,59%. Às 11h32, os papéis preferenciais caíam 5,71%, para R$ 17,49, e os ordinários tinham perda de 5,72%, para R$ 21,26.

(Fonte: Folha de São Paulo)

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