A nova projeção da DATAGRO sobre a moagem na região em 2021/22 foi elevada em 1,90%. Por outro lado, principalmente devido ao impacto das recentes chuvas desde outubro, a previsão sobre o rendimento industrial foi revisada para baixo, queda de 0,17%. Recuo também na estimativa sobre o mix para produção de açúcar, -0,3 ponto percentual.
Já a projeção para a produção de açúcar cresceu quase 1%; paralelamente, a previsão para a produção de etanol aumentou 2,1% – o etanol anidro representa cerca de 40%. Com a safra 2021/22 praticamente concluída, faltando apenas aguardar pelos números finais, os olhos agora estão voltados para o que pode acontecer na temporada 2022/23.
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Para o presidente da consultoria, Plínio Nastari, a atual safra foi uma das mais desafiadoras do ponto de vista agronômico, com seca persistente, incêndios, geada e atrasos no desenvolvimento fisiológico.
“Com a melhora das condições climáticas, a perspectiva da safra 2022/23 é de recuperação, mas ainda longe dos níveis da safra 2020/21, quando tivemos uma moagem de 605,5 milhões de toneladas. Nossa previsão é de 562 milhões, sujeita ainda a tudo o que pode acontecer até meados da safra que vem”, afirmou, em entrevista exclusiva durante a cerimônia de entrega do prêmio do MasterCana Brasil realizada na semana passada, na capital paulista. Nastari foi um dos premiados como um dos mais influentes do setor bioenergético.
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Em relação ao mercado internacional de açúcar, o presidente da DATAGRO acredita que o Brasil permanece a base, mas não é o fornecedor marginal, que continuará sendo a Índia. “Acreditamos que os preços estarão balizados pela qualidade de exportação da Índia e pelo preço de oportunidade do etanol aqui no Brasil em açúcar equivalente. Por conta desses balizadores e das perspectivas dos preços de petróleo e gasolina, 22/23 deverá ser um ano de remuneração razoável. O que também é uma condição muito alvissareira, porque é raro no setor de açúcar e álcool, 3 ou 4 anos consecutivos de preços remuneradores”.
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Segundo Nastari, o momento é oportuno para investimentos. “Esta é uma condição que permite recuperação, permite investimento em expansão de área, e trato cultural bem-feito. Obviamente existe a preocupação com a disponibilidade de fertilizantes, de insumos, agroquímicos, custo de maquinário, que subiu muito, aumento de custos em geral. Mas o endividamento está em queda e as perspectivas do setor do ponto de vista de mobilidade e motorização estão melhorando, graças a uma melhor compreensão da importância do etanol para a mobilidade sustentável do futuro, e é isso que a gente precisa disseminar mais para quebrar preconceitos e falhas de informação”, ressaltou.
Para o presidente da DATAGRO, a grande batalha do setor é estimular o investimento em motorização movida a etanol.