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Combate à cigarrinha de primeira geração pode eliminar praga no canavial 

Professor Newton Macedo destaca a importância do combate à primeira geração da cigarrinha para redução de custos no combate a praga

Combate à cigarrinha de primeira geração pode eliminar praga no canavial 

Através de um trabalho de controle de balanço hídrico, é possível antecipar o combate à formação da primeira geração da cigarrinha-da-raiz da cana-de-açúcar e desta forma, praticamente erradicar esse inseto-praga do canavial, afirmou o professor engenheiro agrônomo, Newton Macedo.

“É preciso combater antes dos ovos eclodirem. Não é uma aplicação preventiva, mas sim uma aplicação antecipada, porque embora ainda não esteja visível, sabe-se que a praga já está ali”, argumenta o professor, durante participação em palestra promovida pela Cyan Agroanalytics, que tratou sobre estratégias mais eficientes para se combater essa primeira geração de cigarrinhas.

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Segundo o professor, o ciclo da cigarrinha-da-raiz dura 60 dias, por isso ela pode desenvolver 3 gerações impactantes no decorrer da safra de cana.

“Bioecologia, uma base para uma estratégia de manejo eficiente. Quando temos excedente hídrico no solo os ovos começam a eclodir. Se estivermos preparados para atacar essa primeira geração, então praticamente eliminamos os riscos das próximas (geralmente são 3 gerações, eventualmente pode ocorrer uma quarta, mas isso não é muito comum). Estamos propondo uma estratégia de assertividade para combater essa primeira geração. Quando nós controlamos essa primeira geração, nós praticamente conseguimos erradicar essa praga”, diz Macedo.

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Newton Macedo

Ao longo desses últimos 20 anos a biologia dessa praga e sua interação com as condições climáticas foi estudada. O que permitiu o desenvolvimento de uma estratégia muito bem-sucedida, utilizando uma ideia que já vem sendo utilizada de forma um tanto primitiva, pois se trabalha com os valores médios do balanço hídrico.

“O que estamos propondo é a possibilidade de aumentar essa precisão no sentido de controlar essa praga baseado na ecologia e no comportamento dela em condições de campo”, explica o professor.

O início do controle pode ser baseado em duas estratégias: Quando se inicia a primeira geração, no início das chuvas na primavera/verão, depois de um acumulado de 60 a 70 mm, dentro de um período aproximado de 15 dias.

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E também no levantamento de populações para detectar o aparecimento da 1ª geração da praga, em simples observações de campo, sem necessariamente estabelecer um número de pontos por hectare, em áreas com histórico de praga. Lembrando sempre que os primeiros focos se iniciam em solos mais argilosos (com 20% ou mais de argila) e/ou de lençol freático raso.

O professor destacou alguns dos benefícios econômicos para o produtor e algumas vantagens de se antecipar o controle da cigarrinha:

Fazer a aplicação de produtos via terrestre, o que normalmente custa menos que operações aéreas; aumenta a performance do produto utilizado, permitindo controle da praga em muitas áreas, com uma única aplicação no ciclo da cultura; a planta não convive com a praga, competindo por seiva e sendo intoxicada. Justo num período crucial de desenvolvimento da lavoura; não precisa estar superdimensionado em equipamentos para levar a cabo a aplicação no timing ideal.

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Em contrapartida, o controle da cigarrinha a partir da segunda geração, mesmo que seja eficiente, não deixa de ocasionar perdas na quantidade e na qualidade da cana produzida. Além disso, aumenta o risco de ter que ser feita uma segunda aplicação de produto no ciclo da cultura.