Por Delcy Mac Cruz, editor do JornalCana
A tecnologia caminha junto com o setor sucroenergético desde que o primeiro litro de álcool ou a primeira saca de açúcar fossem produzidos no Brasil. Escolher a variedade de cana-de-açúcar mais apropriada, administrar os resíduos industriais, adequar os equipamentos e zelar pela prevenção dos mais de 10 mil itens integrantes de uma unidade produtora.
O empresário do setor sabe gerir tudo isso. Ao longo das décadas, ele adquiriu atributos com tecnologia desenvolvida por conta própria e com a ajuda de instituições. Mas não basta. A busca incessante de ferramentas tecnológicas desafia o setor sucroenergético, assim como desafia outros setores econômicos.
No caso das empresas sucroenergéticas, o desafio é obter tecnologia para retomar – e ampliar – a produtividade agrícola e industrial que já foi motivo de orgulho. Devido à derrocada imposta por gestão pública errada ao setor, houve redução de investimentos e os maus desempenhos são presenciados há pelo menos seis anos.
Como bem sabem os gestores das unidades, os recursos tecnológicos são estratégicos para reduzir gastos e obter ganhos produtivos em um cenário que exige menos espaço físico, menor injeção de químicos em solos, e também produtividade agrícola de três dígitos em tonelagem e resultados industriais que sejam motivo de orgulho.
O setor sabe da importância da tecnologia. Entrevistado para a série Quem é Quem nesta edição, o empresário Rubens Ometto Silveira Mello bate na tecla de que ganho de produtividade depende de aportes em tecnologia.
Mas não basta investir em tecnologia sem a contrapartida da gestão pública. Tome-se o exemplo da Geração Distribuída, segmento no qual o gerador entrega a eletricidade para consumidores vizinhos da unidade geradora.
Tema de reportagem nessa edição, a Geração Distribuída é apropriada para o setor sucronergético, que apenas no estado de São Paulo possui pelo menos 80 unidades localizadas há menos de 20 quilômetros dos perímetros urbanos.
Mas apesar dessa logística apropriada, o setor sucronergético não deslancha na Geração Distribuída porque simplesmente faltam ajustes para viabilizar a gestão do negócio. Esses ajustes podem finalmente serem definidos em processo de revisão do sistema elétrico atualmente administrado pelo Ministério de Minas e Energia.
Cabe a esse mesmo Ministério colocar em prática o tão esperado programa RenovaBio, que lançou em dezembro de 2016 com entusiasmo do setor sucroenergético.
O RenovaBio nasce para regular o mercado de etanol. Precisará de tecnologia e de apoio das empresas sucroenergéticas. Essas mantêm o entusiasmo inicial de investir no programa – e com empenho e toda a tecnologia necessária.
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