Usinas

BNDES aprova R$ 80 milhões para construção de unidade de biogás em Mato Grosso

Planta produzirá biometano que será usado para abastecer frota de usina no Estado

BNDES aprova R$ 80 milhões para construção de unidade de biogás em Mato Grosso

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 80 milhões para a Uisa Geo Biogás S/A construir uma unidade industrial de produção de biometano e energia elétrica a partir de resíduos de cana-de-açúcar, em Nova Olímpia – MT.

A planta produzirá na primeira fase até 11,4 milhões Nm³/ano do biogás e até 32 mil MWh/ano de energia elétrica. O projeto permitirá a distribuição de biometano em região ainda não atendida por rede de gás natural. O biogás também será utilizado para substituir o diesel de parte da frota de caminhões da Uisa, uma das sócias do empreendimento, e a energia elétrica irá suprir a demanda da própria unidade, podendo também ser exportada.

LEIA MAIS > Mato Grosso do Sul aprimora legislação sobre a vinhaça

O empreendimento contribuirá ainda para a redução de emissões de gases de efeito estufa. De acordo com ferramenta elaborada pelo BNDES em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, o volume total de carbono capturado será de 9,1 milhões de toneladas, o que equivale ao plantio de 63 milhões de árvores. O financiamento foi aprovado no âmbito do programa BNDES Fundo Clima e corresponde a 33% do investimento total previsto no projeto — R$ 243,5 milhões.

De acordo com Bruno Aranha, presidente interino do BNDES, o Banco tem buscado fomentar a diversificação das fontes renováveis da matriz elétrica e de combustíveis do Brasil. “Nesse sentido, o biogás cumpre papel duplamente relevante, pois além de adicionar geração de energia elétrica, ainda permite a substituição do diesel fóssil pelo biometano, contribuindo para reduzir as emissões de carbono e as importações do setor de combustíveis”, explica.

LEIA MAIS > Entregas de fertilizantes caem 11% no acumulado de janeiro a outubro

Alessandro Gardemann

Para Alessandro Gardemann, CEO da Geo Biogás & Tech, sócia do empreendimento, “o projeto da Uisa Geo Biogás está alinhado ao propósito de transformar resíduos orgânicos, sólidos e líquidos da agroindústria, como a vinhaça e torta de filtro, em fonte renovável de matéria-prima para produção de biogás, biofertilizantes, biocombustíveis e geração de energia elétrica em escala, capaz de mover os ponteiros do nosso sistema energético”. Gardemann ressalta ainda que “o biogás é alternativa de fonte firme, despachável e escalável para descarbonizar setores como o transporte pesado, a indústria e os consumidores de GLP e óleo combustível”.

A unidade está sendo construída ao lado da usina de açúcar e álcool da Uisa, que destinará seus resíduos industriais para o processo produtivo da nova planta. A produção do biogás, segundo prevê o projeto, poderá ser feita independentemente do período de safra e entressafra da cana. Isso porque a tecnologia utilizada será a biodigestão anaeróbica, capaz de processar resíduos que podem ser estocados sem perda de matéria orgânica, o que permitirá à planta fornecer gás de forma constante ao longo de todo o ano.

LEIA MAIS > Silvio Rangel assume presidência do Sistema Fiemt

Além de biometano e energia elétrica, a unidade também será capaz de produzir biofertilizantes sólidos e líquidos, produtos que serão destinados integralmente à Uisa — como contrapartida ao fornecimento dos resíduos industriais —, para uso nos canaviais.

Durante a construção da unidade, serão gerados 300 empregos, entre diretos e indiretos. Com a entrada em operação, prevista para dezembro de 2024, o empreendimento será responsável pela criação de 80 novos postos de trabalho.