As potencialidades do mercado do biogás e do biometano foi tema do painel Biogás como Fonte de Energia, promovido pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), na manhã desta quinta-feira (31/8), na Expointer 2023.
O encontro reuniu especialistas na área e empresas que possuem o biocombustível nos seus processos.
A Lei nº 14.864, de 2016, instituiu a Política Estadual do Biogás e do Biometano. A secretária da pasta, Marjorie Kauffmann, reforçou que o Governo do Estado do Rio Grande do Sul incentiva essa política , que é executada com a participação conjunta dos entes público e privado.
“O tema biogás precisa dessa divulgação porque, para a transição energética, temos uma série de pontos em que precisamos avançar. Além da redução das emissões de carbono, o biogás resolve o problema dos resíduos, principalmente das culturas agrícolas, que é uma das vertentes do nosso Estado”, acrescentou Marjorie.
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Um dos convidados para o painel foi o secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME), Pietro Mendes, que trouxe os incentivos do governo federal para o desenvolvimento da cadeia, como o Reidi, Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura, e Gás para Empregar, programa que visa à promoção do melhor aproveitamento do gás natural produzido no Brasil.
“O objetivo é aumentar oferta de gás natural no país e, dentro desse programa, temos um comitê de transição energética para que o mercado de gás natural seja conjugado com a estratégia de transição energética e desenvolvimento da indústria de biometano”, reforçou Mendes.
Rafael Gonzalez, presidente da CiBiogás, empresa que desenvolve o biogás como recurso energético limpo, salientou que o Rio Grande do Sul passou a ter um papel importante e está fazendo a diferença no cenário nacional para a produção desse gás que é produzido a partir da decomposição da matéria orgânica.
O diretor operacional da Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR), Rafael Salamoni, fez uma apresentação da empresa, especializada no tratamento e valorização de resíduos sólidos urbanos. Segundo Salamoni, a companhia, que está presente em 318 municípios e conta com unidades em sete localidades, possui uma estratégia de crescimento e investimento em biotérmicas para geração de energia. O diretor acrescentou que a unidade de Minas do Leão, fundada em 2015, já é movida pelo biogás fruto do aterro sanitário.
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Fernando Lanius, diretor de operações da Folhito, empresa de Estrela que produz 570 toneladas por dia de fertilizante orgânico, apresentou a unidade industrial que conta com dois biodigestores com capacidade de dez mil m3 de resíduos orgânicos líquidos.
“A biodigestão produz o biogás, que é utilizado na geração de energia elétrica, e é transformado em biometano que abastece parte da frota da empresa”.
A última apresentação ficou por conta de Thays Falcão, gerente executiva de estratégia da Sulgás, que reforçou a importância de se avaliar novas fontes de suprimentos e diversificação.
“A Sulgás distribui gás no Rio Grande do Sul há 30 anos e tem, na sua agenda, a sustentabilidade, a redução de gases poluentes e a mobilidade urbana. Privatizada em 2021, a empresa vem investindo e é pioneira na busca por soluções energéticas alternativas que podem ser misturadas ao gás natural, como o biometano”, informou Thays.
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Na quarta-feira (30/08), o governador Eduardo Leite e a secretária Marjorie participaram, em Triunfo, do evento que marcou o início da construção da primeira unidade de uma usina de biometano da empresa Bioo. A planta produzirá bioprodutos a partir do tratamento de resíduos orgânicos agroindustriais, com investimento de R$ 200 milhões da empresa.
A Bioo é uma sociedade da EB Capital3 com a Sebigás Cótica. A planta de Triunfo, por meio da Sebigás Cótica, já possui contrato firmado com a Sulgás para fornecimento do biometano produzido. O produto será injetado diretamente na rede de gasodutos da distribuidora de gás canalizado.
Antes do encerramento do painel, o diretor de Energia da Sema, Rodrigo Huguenin, trouxe a informação do edital 1/2023, que homologou empresas e profissionais para a elaboração e execução de projetos técnicos, estudos de viabilidade econômica, prestação de serviços e assistência técnica em sistemas de produção de energia elétrica a partir de biogás.
Fotos: Leandro Souza/Ascom Sema