A Adecoagro está ampliando seus investimentos em biometano com a criação de uma nova linha de negócios de venda de soluções tecnológicas de produção de biometano.
O novo negócio é resultado da compra, no ano passado, da Methanum, empresa que foi criada em 2010 para desenvolver o primeiro biodigestor da empresa, e já nasce com uma patente da tecnologia desenvolvida para a produção e purificação do renovável na usina de Ivinhema – MS.
O foco principal da nova empresa deve ser a clientela do setor sucroenergético, que tem o maior potencial de produção de biometano do país, mas também oferecerá tecnologia para gerar biometano de rejeitos animais e de aterros sanitários.
A Adecoagro aposta no crescimento da produção do biometano no país, que hoje não chega a 3% de seu potencial. “Achamos que a demanda vai crescer bastante com a transição energética. Tem poucas tecnologias consolidadas hoje que funcionam com vinhaça e torta de filtro. Achamos que existe espaço e condições para colocar a empresa no mercado”, afirma Renato Junqueira Santos Pereira, vice-presidente de Açúcar, Etanol e Energia da Adecoagro, em entrevista ao Valor Econômico.
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Com a estabilização do biodigestor em Ivinhema, alcançada neste ano, a Adecoagro decidiu já partir para uma duplicação do projeto, com investimento de R$ 15 milhões.
Atualmente, o biodigestor em operação, que trabalha com a vinhaça que sai da produção de etanol, gera 6,6 mil metros cúbicos de biometano por dia (250m3/h x 24 x 1,1), e passará a produzir o dobro no fim do segundo semestre, quando a expansão estiver concluída. O volume do gás será capaz de substituir o consumo anual de 4,3 milhões de litros de diesel em sua frota própria de veículos.
Mesmo com o investimento em curso, ainda há muito potencial estagnado no campo. Com a conclusão do segundo biodigestor, apenas 5% de toda a vinhaça produzida no polo de usinas de Mato Grosso do Sul será aproveitada. Se todo o volume do rejeito do polo fosse aproveitado, a Adecoagro abasteceria 32 biodigestores, o que garantiria a produção de 64 milhões de metros cúbicos por ano. Isso permitiria à companhia substituir todo o diesel de sua frota, de 50 milhões de litros, e ainda sobraria gás para vender ao mercado.
Atualmente a Adecoagro está movendo 14 de seus veículos a 40% de biometano. Inicialmente, a aplicação será em veículos leves e caminhões canavieiros. Os resultados ainda serão avaliados.