A eficiência da produção industrial está no Tempo Real

Em um ambiente onde cada segundo pode representar ganho ou perda de milhões, a eficiência operacional deixou de ser apenas um diferencial competitivo para se tornar uma questão de sobrevivência.

Nas usinas bioenergéticas e demais indústrias de processos contínuos, vapor, energia, água e matéria-prima circulam simultaneamente, e a capacidade de tomar decisões rápidas e precisas é crucial.

Nesse ambiente, a otimização digital em tempo real emerge como solução estratégica, permitindo que os gestores convertam dados complexos em decisões imediatas e seguras, garantindo eficiência, segurança e sustentabilidade.

Profundo impacto na gestão e operação industrial

Grandes players do setor bioenergético como Alta Mogiana, Cocal, Colombo, Coruripe, Pedra, São Martinho e Tereos, dentre mais de 140 plantas industriais no Brasil e no exterior, contam com a ferramenta de otimização no seu dia a dia operacional.

Todo o processo é suportado por Machine Learning, Medidores Virtuais, IoT e Gêmeo Digital Termodinâmico robusto, traduzindo os princípios da engenharia de processos em decisões automatizadas que maximizam a eficiência energética e rendimento industrial.

Atuando em ciclos automáticos de 10 segundos, a plataforma RTO (Real-Time Optimization) permite que as usinas operem no limite de performance sem comprometer a segurança ou a sustentabilidade e os resultados são expressivos. Em mais de uma centena de implementações validadas em usinas bioenergéticas, revelam um retorno superior a R$ 1,00 por tonelada de cana processada.

Laços que integram pessoas, processos e performance

Mesmo tendo como premissa a atuação inicial sempre em laços fechados – que escrevem os set-points direto nas malhas de controle -, as usinas perceberam que a tecnologia, na verdade, funciona como o cérebro da planta, pois une engenharia de processos, ciência de dados e inteligência operacional.

Dessa forma, utilizar a plataforma como núcleo para integrar pessoas, processos e performance passou a ser uma demanda crescente por parte das equipes industriais.

A integração com sistemas de controle industrial (SCADA/DCS/PLC), bancos de dados corporativos, gestão à vista e canais de comunicação, como WhatsApp, passou a oferecer alertas e interação em tempo real, enquanto dashboards e informações na nuvem proporcionam uma visão dinâmica e completa da planta.

Dashboard gerado pelo S-PAA, com acesso via internet ou celular

O RTO S-PAA é uma ferramenta viva, que se adapta à dinâmica do processo industrial. Ele observa variáveis como qualidade da cana, absorção de caldo e balanço energético em tempo real, permitindo que a operação alcance o ponto ótimo sem ultrapassar os limites de segurança”, explica Douglas Castilho Mariani, engenheiro químico e head de desenvolvimento e implementação na Soteica.

Da cana para outros setores e países

Da cana para outros setores e países

Como único RTO Global para plantas de processos contínuos, a tecnologia se mostrou aplicável a outros setores que exigem precisão operacional em tempo real, como termo elétricas, biodiesel, alimentos, papel e celulose, óleo de soja, mineração e biogás. Isso sem desviar o foco do setor bioenergético, que é prioridade na consolidação da Usina 4.0 em mais de 140 plantas.

Como exemplo, a planta de processamento de soja e biodiesel da americana Cargill, em Três Lagoas (MS) foi a primeira do segmento a adotar a tecnologia, e o Ingenio Aguaí, na Bolívia, foi a primeira implementação fora do país. Desde então já são 10 usinas utilizando o RTO em outros países da América Latina.

Otimização em tempo real: como, onde, quando e por quê

Desenvolvido pela Soteica do Brasil, desde 2009 na Usina Santa Terezinha, no Paraná, o S-PAA materializa o conceito de Usina 4.0, conectando dados, processos e pessoas em tempo real. O sistema vai além do controle de processos: integra camadas industriais e administrativas, traduz conhecimento técnico em ação imediata e fornece informações estratégicas para decisões seguras e eficientes.

A plataforma também oferece suporte para previsão de impactos de variações na matéria-prima, custos energéticos e políticas ambientais, dando à gestão base sólida para decisões operacionais, mas também estratégicas de longo prazo.

Durante a última edição do SINATUB  Usina 4.0, realizada em agosto, em Sertãozinho (SP), dentro da programação da Fenasucro & Agrocana 2025, um grupo de profissionais de usinas bioenergéticas debateu cases e tendências em Gestão Industrial Inteligente e Automação nas plantas industriais.

No encontro, diversos depoimentos confirmaram como o S-PAA está contribuindo para elevar a eficiência operacional, integrando inteligência artificial e automação para otimizar processos, reduzir custos e apoiar decisões estratégicas em tempo real.

Ariel Alves Guimarães, gerente de Processos Industriais da Cargill Bioenergia, no estado de Goiás, destacou que os ganhos de eficiência com o S-PAA têm sido perceptíveis desde a implantação da tecnologia na Usina Rio Dourado.

“O planejamento e o controle de produção hoje ficam muito mais fáceis de garantir, porque (com o S-PAA) a gente consegue ter as previsibilidades, a tendência de como está aquele dia, a tendência de como está a semana e, consequentemente, o mês”, disse.

Na visão do especialista em automação e tecnologia da Usina São Martinho, Guilherme Fraga, o suporte oferecido pela equipe da Soteica durante a implantação do S-PAA se revela um diferencial estratégico e determinante para o sucesso da operação. Ele ressaltou que a presença da equipe de engenharia vai além da tecnologia em si, oferecendo apoio prático e consultoria contínua, o que permite que o time interno aplique a solução de forma mais eficiente, supere desafios diários e otimize processos críticos.

“O suporte de engenharia (da Soteica), que complementa o nosso time e executa ali o que a gente precisa em qualquer uma das situações, tem muito valor pra gente.
Além de toda a parte tecnológica, vem com uma consultoria de engenharia de graça no pacote. Isso faz muita diferença para a gente repensar algumas práticas”, pontuou.

Com ampla experiência em gestão industrial, Luiz Fernando Murakami, gerente da Nardini Agroindustrial, compartilhou uma vivência singular com o S-PAA ao liderar a implantação da tecnologia em duas usinas de perfis distintos.

Na primeira delas, uma planta mais nova e aberta à inovação, o processo ocorreu em um ambiente culturalmente preparado para a evolução tecnológica. Já na segunda, uma usina tradicional, com operação mais antiga e desafios diferentes, o gestor enfrentou o desafio de conduzir a transformação digital em um contexto de maior resistência e complexidade operacional.

Essa trajetória permitiu a Luiz Fernando comparar realidades, identificar oportunidades e destacar como a experiência acumulada em cenários tão diversos pode orientar outros profissionais na jornada de modernização das plantas industriais.

“Uma vez acertado e validado (a atuação do S-PAA), você passa a operar e de forma contínua”, salientou.

O diretor industrial da Usina Caeté, Luiz Magno Brito, foi o pioneiro na implementação do S-PAA no Nordeste, abrindo as portas da usina para a tecnologia e mostrando uma visão estratégica sobre sua aplicação.

Com experiência em operações tanto no Nordeste quanto na Usina Paulicéia, em São Paulo, Luiz Magno acompanhou de perto os impactos da solução na gestão das plantas, destacando como a ferramenta tem se consolidado de forma essencial para decisões mais precisas, maior eficiência operacional e resultados consistentes.

 “O que vocês fizeram com a gente, pode expandir aí dentro da usina para outros setores, controlar a produção de açúcar, que hoje todo mundo quer fazer mais açúcar. Então, eu acho que quem entrou (com o S-PAA), está satisfeito; quem não entrou, vai entrar”.

Impacto na rentabilidade e gestão financeira

O impacto do S-PAA vai além da eficiência operacional, refletindo diretamente na rentabilidade e na gestão financeira das usinas. A tecnologia permite que decisões mais precisas e integradas sejam tomadas, alinhando produção, manutenção e planejamento estratégico, o que se traduz em resultados econômicos concretos para o negócio.

Nesse contexto, o diretor financeiro da Viralcool, Ricardo Toniello, trouxe para o debate sua visão estratégica sobre o impacto do S-PAA na performance e na rentabilidade das unidades da Viralcool, em Pitangueiras e Castilho, em São Paulo.

Com uma abordagem centrada no retorno sobre o investimento, Toniello analisou como a ferramenta contribui para otimizar operações em plantas com perfis distintos, enfrentando desafios variados de equipe, processos e cultura organizacional. Ele compartilhou sua perspectiva sobre como o S-PAA pode gerar resultados consistentes, melhorar a performance e garantir maior eficiência financeira no setor.

“É aí que a sua manutenção foi bem-feita. As suas condições foram apropriadas para que você tenha o retorno da eficiência. Cada pontinho da eficiência são milhões de retorno na nossa conta. Então é muito importante que integre essas condições a todos os departamentos”, comentou.

Segundo Toniello, o uso integrado da ferramenta permite alinhar operações, manutenção, produção e planejamento financeiro, garantindo que cada decisão operacional seja refletida em ganhos tangíveis para a empresa. Essa visão evidencia como a tecnologia não apenas suporta a rotina das usinas, mas também maximiza a rentabilidade e a sustentabilidade do negócio.

Assista à Mesa Redonda – Benchmarking Otimização em Tempo Real no SINATUB 2025, com outros depoimentos que mostram como o S-PAA vem consolidando o papel da tecnologia como aliada estratégica da eficiência e da inovação na indústria.

S-PAA: Cérebro digital da indústria moderna

Com tecnologia consolidada, presença internacional e parceria estratégica com a Pró-Usinas, do Grupo ProCana Brasil, a tecnologia da Soteica se posiciona como o cérebro digital da indústria moderna.

Todas as técnicas e tecnologias de um RTO robusto

Com sua aplicação consolidada e resultados comprovados, o S-PAA reforça o papel da tecnologia como aliada estratégica na indústria bioenergética.

Ao transformar dados em decisões e integrar todas as áreas das usinas, a solução não apenas eleva a eficiência operacional, mas também contribui para a sustentabilidade e a rentabilidade do setor, consolidando-se como uma referência em inovação e gestão inteligente de processos.

Por Leila Alencar Monteiro de Souza – jornalista especializada em bioenergia e agronegócio.