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Competição entre fontes renováveis deve se acirrar

A estratégia a ser a adotada inclui produzir mais, com menor custo e o máximo de redução nas emissões

Competição entre fontes renováveis deve se acirrar

Aumentar a produção e eficiência tecnológica não será o único desafio do etanol. A competição até então restrita aos combustíveis de origem fósseis, que deverão ser substituídos gradativamente, se dará também entre as diversas fontes de energia renovável.

No painel “O futuro do setor no mundo da energia de baixo carbono”, apresentado durante a 2ª Reunião da Canaplan, Luciano Rodrigues, diretor de Economia e Análise Setorial da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA), apresentou esse novo cenário de competição.

Instituições de pesquisas e organismos internacionais apontam que até 2050 haverá um crescimento exponencial do consumo de bioenergia. Alguns estimam um crescimento de 60% (IEA), outros que esse consumo duplicará (BP Outlook), uns que irã triplica (IRENA) e alguns que deve crescer entre 2 a 4 vezes, nos próximos 20 anos (Mckinsey).

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Para Rodrigues este é o “copo meio cheio” da questão. Por outro lado, novos concorrentes ingressam na competição. Como exemplo ele citou o SAF (combustível para aviação), que conta com no mínimo sete rotas de produção: Alcohol-to-jet (ATJ) – Querosene parafínico sintético de álcool; HEFA – Ésteres e Ácidos Graxos Hidroprocessados (óleos e gorduras como matéria prima); FT-SPK – Fischer-Tropsch (FT) de querosene parafínico sintético (SPK).

Utiliza resíduos sólidos urbanos, resíduos agrícolas e florestais, etc. (biogás); eSAF – Derivado do hidrogênio verde + FT; SIP – Isoparafinas Sintetizadas (conversão microbiana de açúcares em hidrocarbonetos); CHJ – Liquefação hidrotérmica, utiliza óleos vegetais como matéria-prima; e FOG e FT – Coprocessamento utilizando gorduras, óleos e graxas (FOG) ou biocrude.

“Então daqui para frente nós vamos ter que adotar a estratégia de produzir mais, com eficiência técnica, e produzir com o menor custo possível e também produzir com o menor número de emissão possível”, observou Rodrigues.

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Para ele, entre os desafios a serem superados estão o aperfeiçoamento de políticas públicas como o RenovaBio, legislação tributária (Emenda Constitucional nº 123/2022) e estabilidade nas regras de precificação dos derivados, com ênfase no programa Combustível do Futuro, que traz novos conceitos nas métricas de emissão de carbono. “A política pública não pode eleger tecnologias, precisa definir princípios. A diretriz é o Baixo Carbono em todo o ciclo de vida”, afirma.

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