Medidas defendidas por políticos e representantes do setor, como o aumento da Cide em R$ 0,20 por litro de gasolina, que precisa de 90 dias para entrar em vigor; a isenção do PIS/Cofins do etanol ou um financiamento de cerca de 9 bilhões de reais para estocar 1/4 do biocombustível, podem amenizar a crise que se abate sobre toda a cadeia produtiva bioenergética nesta safra. Contudo, esbarram em um momento político conturbado. Ademais, diante das expectativas de retração econômica, são providências paliativas e — até o fechamento dessa edição, na primeira semana de maio nenhuma delas tinha sido efetivada.
Esse cenário coloca a produção de açúcar como protagonista da safra. Jacyr Costa Filho, membro do Comitê Executivo do Grupo Tereos e presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp, corrobora essa afirmação e justifica que a demanda pelo adoçante na safra 2020/21 será maior, porque os principais importadores precisam repor seus estoques e a concorrência será menor, posto que Índia e Tailândia passam por problemas climáticos, ou de produção, que estão prejudicando suas safras. Além do protagonismo do açúcar, há ações coadjuvantes importantes que as usinas podem tomar para se salvar deste drama. Algumas delas estão apresentadas por executivos de grandes e médios grupos do setor nas páginas 7 a 14.
Nesta edição, procuramos também ouvir o que os gestores pretendem fazer na área da industrial para obter mais com menos, como, por exemplo, maximizar a produção de açúcar sem fazer investimentos em equipamentos, como mostramos nas páginas 17 a 19. Uma alternativa inteligente que também se apresenta é conquistar novos mercados. É sobre isso que o engenheiro químico sênior, com mestrado em engenharia química, Bruno Ribeiro Pereira discorre no artigo publicado na página 20.
A indústria de base também se movimenta bem diante desse clima nebuloso e redireciona sua estratégia para oferecer novas opções à cadeia produtiva sucroenergética. Este é o caso da Zanini Renk que recentemente abriu duas novas unidades de negócios: a Zanini Serviços e a Zanini Turbinas, e as consolidou como cases de sucesso, como mostra nossa matéria de capa nas páginas 22 e 23.
Já nas páginas 24 a 27 publicamos um especial que mostra como diminuir custos e perdas através de uma gestão industrial eficaz. Nas lavouras de cana, o ATR e o TCH nunca foram tão importantes. Por isso, nas páginas 28 a 34, mostramos o sucesso ob- tido por usinas como a Cerradão, de Frutal (SP); unidades do Grupo Biosev e as usinas da Ipê Bioenergia, ao fazerem do manejo integrado — biológico e químico — uma fonte de redução de custo e ganhos de pro- dutividade nos canaviais.
Finalmente, nas páginas 36 a 41, damos sequência ao Especial Covid-19 que mostra como o setor, com maestria, dá um ótimo exemplo de combate e prevenção ao novo coronavírus e de excelência na gestão de pessoas. Uma amostra de que nem a pandemia, tampouco a crise política e a economia podem paralisar a agroindústria bioenergética.
Boa leitura!
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