Gestão Administrativa

Unidades do Grupo Tonon estão no radar da Raízen

Unidades do Grupo Tonon estão no radar da Raízen

Fontes de mercado dão como adiantadas as negociações para aquisição de usinas do Grupo Tonon pela Raízen, joint-venture da Cosan e da Shell.

Com três unidades, duas delas no interior paulista e uma no Mato Grosso do Sul, o Grupo Tonon ocupa a 24ª posição no Ranking de moagem do InfoCana, safra 2015/16, com 6,856 milhões de toneladas de cana, produção de 412.244 toneladas de açúcar e de 237.898 m3 de etanol total, e exportação de 367.782 MWh de energia elétrica.

Conforme fontes que acompanham a negociação, a Tonon representa um ativo interessante por sua capacidade de processar perto de 9 milhões de toneladas de cana em suas três unidades, e pela localização estratégica das duas unidades do interior paulista.

A negociação esbarra em diversos gargalos, especialmente jurídicos, uma vez que o Grupo Tonon está em regime de Recuperação Judicial.

Destilaria da Santa Cândida — Foto: JornalCana

A companhia entrou em Recuperação com dívidas de R$ 2,8 bilhões e, conforme o plano de Recuperação em vigor desde março de 2016, e confirmado pelo JornalCana, a companhia pode realizar a venda parcial de seus ativos, caso das unidades Santa Cândida, de Bocaína (SP), e Paraíso, de Brotas (SP).

Com respaldo do plano de Recuperação, vem agora a fase de negociar com os credores da Tonon, além dos próprios sócios da companhia.

Nessa fase, conforme apurado pelo JornalCana, estão os agentes financeiros, com créditos de US$ 249 milhões em março de 2016. Entre esses, estão os bancos BTG Pactual, Credit Suisse e HSBC.

Na negociação até então desenhada, a unidade Vista Alegre, de Maracaju (MS), ficaria de fora da aquisição, porque não se encaixa na estratégia da Raízen de formação de polos produtivos, haja visto que a Vista Alegre encontra-se a uma distância superior a 170 km da unidade da Raízen, localizada em Caarapó (MS).  No caso de êxito na negociação, a unidade Vista Alegre permaneceria sob o controle dos atuais sócios e investidores da Tonon.

Empacotamento de açúcar — Foto: JornalCana

Para a Raízen, entretanto, as unidades Santa Cândida, com capacidade de moagem de 2,8 milhões de toneladas de cana, e a Paraíso, com capacidade de 2,5 milhões de toneladas, são ativos muito interessantes.

Elas estão estrategicamente localizadas perto de polos produtores da Raízen – especialmente o de Jaú (SP) -, possuem boa disponibilidade de matéria-prima e também ficam a uma distância interessante do Porto de Santos.

O JornalCana apurou também que o valor negociado pelas unidades da Tonon gira em torno de US$ 80 pela tonelada de cana de capacidade instalada. Ocorre que esse valor pode cair, devido ao passivo da companhia.

E este investimento pode fazer sentido por conta do retorno no médio prazo para a Raízen, pois as duas unidades são grandes produtoras de açúcar (confira aqui os dados de produção).

Se forem aplicados US$ 80 por tonelada de cana, o investimento total está avaliado em US$ 448 milhões.

Em nota: procurados pelo JornalCana, porta-vozes do Grupo Raízen informaram por e-mail que a direção da companhia não comentará o assunto e não obtivemos retorno do Grupo Tonon.

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