Gestão Administrativa

Cogeração: fornecedor de cana poderá receber pela biomassa

O bagaço é hoje a  principal biomassa da cana que gera eletricidade
O bagaço é hoje a principal biomassa da cana que gera eletricidade

O fornecedor de cana-de-açúcar da região Centro-Sul do Brasil poderá ser remunerado pela biomassa empregada na cogeração de excedente vendido no mercado pelas usinas.

Fornecedor quer receber pela cana empregada na cogeração

Rodrigues, da Unica: bioeletricidade gera respiro no caixa

A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) e a Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (Orplana) criaram um grupo técnico para estudar essa forma de remuneração.

Ela não está prevista no  modelo do Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de S. Paulo (Consecana), visto que o consumo de energia entra no modelo a custo zero.

Cogeração enfrenta queda no consumo de eletricidade

O ajuste de parâmetros técnicos, econômicos e financeiros será estudado, já que o atual modelo do Consecana foi elaborado para remunerar a cana-de-açúcar quando destinada à fabricação de açúcar e de etanol e não especificamente para a produção de energia.

“Todo esse conjunto de variáveis mostra a complexidade e o grande desafio que será tratar este tema no âmbito do Consecana”, conclui Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da Unica.

Segundo o gerente em Bioeletricidade da Unica, Zilmar de Souza, a produção de bioeletricidade normalmente é vendida em contratos de longo prazo, nos leilões promovidos pelo Governo Federal, e, portanto, os preços médios obtidos variam de usina para usina e estão bem distantes dos preços no mercado spot de energia, que se encontram aquecidos desde o ano passado, devido à crise na oferta hídrica pela qual passa o setor elétrico.

Segundo a Unica, a geração e comercialização da bioeletricidade sucroenergética,  somente na última safra na Região Centro-Sul (que processa 90% da cana do país), incrementou de forma relevante as receitas das usinas geradoras de bioeletricidade.

“O faturamento adicional que algumas unidades estão conseguindo por gerar e comercializar este tipo de energia tem proporcionado um respiro aos seus caixas, justamente neste momento economicamente adverso que o setor enfrenta. As receitas com a bioeletricidade estão auxiliando as empresas a manter em dia os pagamentos de suas obrigações, inclusive junto a seus fornecedores de cana”, afirma Padua, em relato à imprensa.

Na última safra, em muitas unidades, a geração de bioeletricidade ocorreu com até 10% originada da aquisição de biomassa de terceiros, que muitas vezes está disponível a preços competitivos.

Banner Revistas Mobile