A aposta em tecnologia de ponta norteou a caminhada da Zanini desde a sua criação, em agosto de 1950. A empresa, que nasceu como uma oficina localizada em Sertãozinho (SP), atendendo à demanda de usinas da região, aos poucos conquistou estrutura para montar uma unidade completa, e sua trajetória acabou se confundindo com a própria história do setor sucroenergético no país.
Para Luiz Biagi, membro do Conselho de Administração da empresa, a longevidade da companhia é baseada na inovação, presente desde a sua fundação, até mesmo na criação de novas empresas. “Este setor de bens de capital é um setor muito difícil por ser muito intermitente, por ter altos e baixos. É preciso superar as crises e abrir novas frentes, desenvolvendo tecnologia, novos produtos e também o mercado externo, que muitas vezes nos manteve”, ressaltou.
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Isso ajudou a Zanini a sobreviver às mudanças econômicas, crescer e desenvolver até mesmo outros setores, além do sucroenergético, que acabou atendendo ao longo dos anos. Para que isso fosse possível, o investimento em educação foi essencial. “A escolinha da Zanini formou muitos profissionais. Hoje, se transformou na academia da Zanini, que ainda capacita os colaboradores. Também temos convênio com a Fundação Dom Cabral para o desenvolvimento de novos gestores. Além disso, incorporamos novos processos, buscando estabelecer posicionamento na indústria 4.0”, disse Biagi.
Para o empresário, que tem no DNA, o empreendedorismo de uma família que muito contribuiu para o desenvolvimento da indústria no Brasil, apesar da pandemia da Covid-19, que exigiu a mudança de procedimentos e implantação de protocolos de segurança, o ano que a empresa comemora 70 anos, pode ser considerado muito positivo.
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“Com preços adequados, vem sendo uma safra muito boa para as usinas de açúcar e etanol e isso tem influenciado nos nossos negócios também”, disse, lembrando que o setor sempre impactou a companhia, citando fatos que marcaram sua história, como o início do uso do álcool como combustível, a criação do Proálcool e a geração de energia a partir do bagaço.
Biagi ressalta ainda que as perspectivas são excelentes para o futuro. “Estou feliz com o legado que construímos. Estamos em um momento positivo do setor sucroenergético. O RenovaBio é um caminho muito bom, tem surgido novas oportunidades que vão ser mais um fato que alavancará a nossa empresa”, afirmou.
Sobre essa nova realidade, o atual CEO da companhia, Walter Biagi Becker, tem um novo olhar e projeta novas conquistas em um futuro próximo. Segundo ele, a Zanini evoluiu ao longo dos anos. Não é a mesma da década de 70, que se chamava Zanini Equipamentos Pesados, depois teve a Zanini e a Sermatec, que construíram e forneceram equipamentos para várias usinas que existem hoje no Brasil.
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“Há dois anos, estou tentando imprimir um ritmo de gestão buscando resultados, crescimento e faturamento, perseguindo margem EBITDA que vem crescendo bastante”, comentou ele, que faz parte da quinta geração dos Biagi a assumir o comando da empresa e tem experiência de mais de 15 anos em usinas sucroenergéticas, além de ter feito parte do Conselho da Zanini nos últimos anos.
Becker reforça que estão muito otimistas com o mercado e que a companhia vem construindo uma base sólida para atender a indústria de capital de modo geral. “Não só de açúcar e álcool, pois acho que uma das razões da sobrevivência da empresa foi não escolher um setor só. Temos uma diversificação muito grande. Hoje o setor sucroenergético representa menos de 50% do nosso faturamento e tem setores que estão demandando bastante, como o siderúrgico, mineração e de serviços”, afirmou.
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Hoje, com três unidades, a Zanini Renk, localizada em Cravinhos (SP), e a Zanini Serviços e Zanini Turbinas, em Sertãozinho (SP), a companhia tem 520 funcionários e busca diversificar seus produtos para ampliar sua carteira de clientes. Neste sentido, a Zanini Serviços, que tem dois anos de vida, oferece um portfólio diversificado e vem crescendo bastante, com a fabricação de pontes de 240 toneladas, engrenagens especiais para moinhos de minérios e partes de caldeiras, sendo que a segunda caldeira completa está sendo finalizada e terá como destino o México.
Já a Zanini Turbinas, que completou um ano em outubro deste ano, tem futuro promissor também. “Viemos para dar ao mercado uma opção ao setor em manutenção de turbina, pois o setor estava muito carente com a manutenção de turbinas. A nossa expectativa é fazer umas 50 turbinas este ano, é um crescimento enorme e nossa intenção é passar a construir a turbina completa”, explica o empresário.
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Neste contexto, a companhia vem investindo em novos projetos, como o de monitoramento dos equipamentos, que vem gerando bons resultados e redução de custo. Com uma ferramenta desenvolvida internamente, é possível fazer a gestão do conjunto rotativo com o objetivo de reduzir a manutenção. Assim, é possível monitorar os redutores ao longo de sua vida, sua liberação, temperatura e torque, gerando melhor previsibilidade para os clientes.
“Este sistema já é consagrado em papel e celulose, e mineração, mas não no setor sucroenergético, acredito que seja uma tendência. É um conceito bacana, de economia circular, consegue utilizar menos recursos naturais para fazer o seu produto e reciclar, repotencializar o seu produto e aumentar sua vida útil”, afirmou, completando “consequentemente, consegue-se um efeito econômico para os clientes que têm máquinas complexas ou que rodam uma moenda de cana, ou moinho de cimento. Aquela máquina não vai parar”, elucidou.
Nessa pegada de economia circular, a companhia também embarca na onda do biogás, com um projeto em parceria com um grupo italiano. “O nosso objetivo é entregar a solução para o cliente final de biogás, dos motores e tudo mais”, conclui o CEO da Zanini Renk. Com certeza, é uma nova etapa a caminho do centenário.
Esta matéria faz parte da Edição 321 do JornalCana. Para conferir, clique AQUI.