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Washington quer lucrar com a proteção ambiental

Os Estados Unidos querem que o Brasil reduza as taxas de importação para produtos relacionados à proteção do meio ambiente. Ontem, em reunião a portas fechadas em Genebra, o governo de Washington entregou uma lista de 150 produtos ambientais que poderiam entrar com mais facilidades no mercado brasileiro, caso a medida seja aprovada.

A negociação ocorre no contexto da rodada de liberalização da Organização Mundial do Comércio (OMC), cuja conclusão está prevista para 2006.

Washington alega que o benefício da queda das taxas será para o Brasil, que conseguirá reduzir os custos das empresas e dos governos na compra de equipamentos ambientais. Mas Brasília, preocupada em desenvolver a indústria nacional, já indicou que não concorda com a lista, composta em sua maioria por produtos industrializados, como máquinas, computadores e cabos.

Na avaliação do Brasil, uma negociação sobre o comércio de bens ambientais deveria incluir commodities e biocombustíveis, e não necessariamente equipamentos de alta tecnologia. O Itamaraty acredita que qualquer negociação deveria ser tratada nos debates sobre produtos industriais na própria OMC.

Membros do governo admitem que a recusa do Brasil em incluir esses temas numa eventual redução de tarifas está relacionada mais com a proteção da indústria nacional do que com a proteção do meio ambiente. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o comércio exterior do País em produtos desses setores chega a US$ 1,8 bilhão.

Desse total, porém, US$ 1 bilhão é composto de importações, o que produz déficit na balança do setor.

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