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Veto à queima de cana reduz moagem da Cosan

A proibição de queima de cana em todos os municípios de São Paulo, que começou a vigorar na última sexta, fez com que a Cosan, a maior indústria sucroalcooleira do país, reduzisse o ritmo de moagem em suas unidades do Estado.

Mesmo com elevado nível de mecanização da colheita, na casa dos 70%, a companhia teve que desacelerar em cerca de 6% o ritmo de processamento, o que deve alongar um pouco a safra, mas sem trazer aumento de custos significativos à companhia, segundo Pedro Mizutani, presidente da Cosan Açúcar e Álcool.

“Esta safra está sendo marcada por custos de produção menores do que a passada, sobretudo porque não há chuvas e há maior concentração de ATR na cana (açúcar contido na cana), o que está elevando muito o rendimento industrial”, diz Mizutani.

Segundo ele, o ritmo menor de moagem está ocorrendo porque desacelerou também o volume de entrega de cana nas usinas, uma vez que as áreas de colheita manual estão com baixo rendimento. “Por outro lado, essa certa ociosidade na moenda nos favorece, pois podemos maximizar a produção de açúcar”, diz o presidente da Cosan Açúcar e Álcool.

Ele pondera que ainda não é possível fazer estimativas de quanto pode aumentar a produção de açúcar da companhia diante dessa condição. Mas garante que, até este momento, esses números ainda são muito pequenos.

Mizutani informa que até agora em torno de 60% do volume de cana previsto já foi processado pela companhia que, assim como todo o setor, vem sendo favorecida do ponto de vista de colheita e industrialização, pelo clima seco no Centro-Sul. A empresa mantém suas estimativas iniciais de moer 60 milhões de toneladas de cana e destinar 56% do caldo para produção de açúcar e 44% para fabricação de etanol.

Desde sexta-feira, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) definiu que a queima da cana não poderia ocorrer em nenhum horário e em nenhum município do Estado pelo fato de a umidade relativa do ar ter caído abaixo de 20%. Havia uma expectativa de que uma frente fria pudesse no último fim de semana amenizar a condição do ar, mas a situação continua crítica. A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) não tem um balanço de quantas usinas no Estado reduziram a moagem. Mas, na sexta-feira, o diretor técnico da entidade, Antônio de Pádua Rodrigues, disse que algumas poderiam fazer isso e até parar, em casos pontuais. (FB)

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