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Vendas domésticas de fertilizantes batem recorde

A forte antecipação das compras de insumos no país, devido a relações de troca favoráveis para boa parte das culturas agrícolas, contribuiu para que as vendas de fertilizantes no país atingissem um novo recorde em julho, indicou levantamento divulgado ontem pela Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda).

As entregas de fertilizantes das misturadoras às revendas do país cresceram em julho 2,7% em relação ao mesmo mês do ano passado, para 3,34 milhões de toneladas. Foi o maior volume já registrado para o mês. Com esse avanço, o segmento acumula nos primeiros sete meses do ano uma alta de 10,4% nas entregas, para 16,52 milhões de toneladas, também um recorde para o período.

O resultado corrobora a expectativa de elevação nas entregas de adubos no país neste ano, depois do recuo de mais de 6% em 2015. A perspectiva de aumento na produção de soja e milho do Brasil em 2016/17 é um fator de estímulo às vendas: o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) prevê altas de 7% e 17% ante 2015/16, respectivamente. Mas há também a queda nos preços internacionais dos fertilizantes e o câmbio mais favorável às aquisições do insumo pelos agricultores, diante da perda de força do dólar em relação ao real.

Conforme a Scot Consultoria, houve quedas no mercado doméstico de produtos à base de nitrogênio, fósforo e potássio, os três principais nutrientes da adubação. O preço médio da ureia agrícola (nitrogênio) em São Paulo caiu 16,8% no acumulado de 2016 até a primeira quinzena de agosto, para R$ 1.106 por tonelada (sem frete), enquanto o cloreto de potássio recuou 7,6%, para R$ 1.245/tonelada.

O supersimples (fosfato) ficou 0,6% mais barato, para R$ 905 por tonelada, mas outros fosfatados, como MAP e DAP caíram mais: 16% e 15,2%, respectivamente – bem acima da inflação no período, de 5,13%, conforme o IPCA. “Quem ainda não comprou adubos, o momento é favorável”, diz Rafael Ribeiro, analista da Scot.

Nas contas da Anda, os fertilizantes nitrogenados permaneceram puxando as vendas devido ao aumento da demanda para milho, café e cana, com um crescimento de 10,6% de janeiro a julho, a 2,06 milhões de toneladas. Já as entregas de fertilizantes potássicos avançaram 10,5%, para 2,67 milhões de toneladas, enquanto as de fosfatados registraram incremento de 7,2%, para 2,29 milhões.

Conforme o esperado, Mato Grosso continuou a puxar as entregas de adubos no país, com 3,68 milhões de toneladas, seguido por Paraná (2,28 milhões) e São Paulo (1,83 milhão). A produção nacional de fertilizantes intermediários totalizou 5,06 milhões de toneladas no acumulado de 2016, 1,7% abaixo do mesmo intervalo do ano passado. As importações subiram 2,5%, para 12,46 milhões.

(Fonte: Valor)

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