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Vendas de etanol caem em março

Retração foi 12,94% ante ao mesmo período de 2019

Foto: Arquivo

As vendas de etanol caíram em março, no Centro-Sul do Brasil. No período foram comercializados 2,30 bilhões de litros no mês – 148,62 milhões de litros destinados à exportação e 2,15 bilhões de litros ao mercado doméstico, o que representa uma retração de 12,94% sobre os 2,64 bilhões de litros vendidos no mesmo mês de 2019.

No mercado interno, o volume comercializado de etanol hidratado caiu 17,75% para 1,37 bilhão de litros, ante 1,67 bilhão de litros verificados em março do último ano. Mesmo se comparado a fevereiro de 2020, período com menos dias úteis disponíveis para a comercialização, o recuo alcançou 23,39%: 81,46 mil litros diários em fevereiro versus 62,41 mil litros no mês seguinte.

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De acordo com a UNICA, nos últimos 15 dias de março, as vendas de etanol hidratado totalizaram 671,81 milhões de litros, redução de 20,81% relativamente aos 848,35 milhões de litros observados em igual quinzena de 2019.

Quanto ao etanol anidro, a queda também foi brusca (4,78%), com 774,85 milhões de litros vendidos em março. Enquanto na primeira metade desse mês, o comércio do aditivo cresceu 5,36% sobre o mesmo período do ano anterior, na quinzena final diminuiu 12,97%, com menos de 400 milhões de litros vendidos pelas unidades produtoras no Centro-Sul.

Pádua: cenário de total incerteza e preocupação

Segundo a UNICA ainda, a redução nas vendas das usinas sinaliza o comportamento do consumo, já que a queda real na demanda de combustíveis leves em março será conhecida somente após a divulgação pela ANP dos dados de vendas das distribuidoras.

O comportamento do mercado em março contrasta com o incremento das vendas observado na maior parte do ciclo 2019/2020, iniciado em 1º abril de 2019 e concluído em 31 de março de 2020. No agregado da safra recém encerrada, o volume comercializado pela região Centro-Sul somou 33,26 bilhões de litros, alta de 7,08% quando comparado aos 31,06 bilhões de litros contabilizados em 2018/2019. À exportação destinaram-se 1,91 bilhão de litros (crescimento de 17,00%) e 31,35 bilhões de litros foram comercializados no mercado doméstico.

No mercado doméstico, o destaque da safra coube ao etanol hidratado: o volume vendido atingiu 22,35 bilhões de litros, superando em 7,02% àquele observado na temporada 2018/2019 (20,88 bilhões de litros).

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“Apesar do recorde no ciclo 2019/2020, estamos iniciando a safra 2020/2021 em um contexto de total incerteza e preocupação”, alerta Antonio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da UNICA.

Dados apurados pelo CEPEA-ESALQ/USP indicam que o preço líquido do etanol hidratado praticado pelos produtores no Estado de São Paulo caiu, em média, 35% em pouco mais de um mês.

“As usinas se prepararam para garantir o abastecimento pleno de etanol na entressafra, com níveis elevados de consumo. A mudança abrupta de cenário e a queda da demanda de combustíveis pegou todos de surpresa criando uma situação muito difícil, pois o produtor precisa comercializar etanol para fazer frente aos desembolsos típicos de início de safra”, explica Rodrigues. Se nada for feito, podemos considerar 2020/2021 como um ano-safra perdido, conclui o executivo.

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