Mercado

Vendas de colheitadeiras e tratores caem 10% no ano

As vendas de tratores e colheitadeiras caíram 10,7% em 2003, para 37,994 mil unidades, em relação às 42,568 mil unidades negociadas no ano anterior. A queda é explicada pelo descompasso entre a liberação de recursos do Moderfrota e a demanda dos agricultores. As montadoras alegam, porém, que o desempenho no ano foi considerado positivo, sobretudo pelas exportações, que cresceram 37,7%, para US$ 5,55 bilhões, em comparação aos US$ 3,99 bilhões obtidos no período anterior.

“Os problemas de financiamentos estão resolvidos”, afirma Mario Fioretti, vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Segundo ele, em 2003 foram liberados R$ 2,05 bilhões em recursos do Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas, Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota), a linha de crédito idealizada pelo Ministério da Agricultura com recursos liberados por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Potência maior

Segundo o executivo, o empenho dos ministérios da Fazenda e da Agricultura, além do próprio BNDES, foi fundamental para que a situação de falta de crédito fosse resolvida e a tendência é de que as vendas de máquinas aumentem.

Outra explicação para a queda nas vendas, segundo o vice-presidente da Anfavea, é que os tratores hoje vendidos no mercado interno têm potência maior em relação aos últimos anos, o que significa que um equipamento novo chega a executar o mesmo trabalho que dois outros antigos. “Os equipamentos são melhores e proporcionam ganhos de produtividade para a agricultura”, diz Fioretti.

Fioretti informa que em fevereiro, será liberada uma parcela de R$ 750 milhões do Moderfrota. A estimativa para 2004 é de que as vendas aumentem entre 5% e 6% enquanto as exportações deverão aumentar até 10%. “A produção de máquinas agrícolas deverá aumentar 8% para 64 mil unidades.”

Duas das principais montadoras de máquinas agrícolas do País, segundo Fioretti, transformaram suas unidades no Brasil como base para exportação. Recentemente a Agco e a Case New Holland (CNH) “descontinuaram indústrias e concentraram aqui no Brasil a fabricação de máquinas para a comercialização no mercado externo”, diz.

Os ganhos obtidos com exportações foram beneficiados pela melhoria da economia na Argentina, que é o principal mercado das montadoras instaladas no Brasil.

Colheitadeiras

As vendas de colheitadeiras caíram 3,7% entre janeiro e dezembro e totalizaram 5,44 mil unidades, em comparação com as 5,648 mil unidades negociadas no ano anterior, segundo dados da Anfavea.

A líder no mercado de colheitadeiras no Brasil é a CNH, com 2,592 mil unidades vendidas no País; em seguida vem a John Deere Brasil, com 1,638 mil unidades; e depois a Agco, com 1,210 mil unidades, informou a Anfavea.

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