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Vendas de carros flex em 2010 mostram cenário dinâmico para o etanol

Nunca foram vendidos tantos carros novos no Brasil como em 2010. As vendas de veículos leves aumentaram 9,84% em relação a 2009, com um crescimento de 5,27% para o segmento de carros flex, o equivalente a 131.634 unidades de acordo com uma recente pesquisa coordenada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), pertencente à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP). O trabalho foi desenvolvido com base em dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

“Mesmo com um aumento na participação dos veículos importados no mercado brasileiro em 2010, o volume de venda dos flex em relação ao total produzido no País continuou alto, o que gera uma perspectiva positiva para os modelos multicombustíveis em 2011”, avalia o consultor de emissões e tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Alfred Szwarc.

Segundo o Cepea, as vendas de veículos movidos a gasolina aumentaram 25%, enquanto os modelos a diesel cresceram 30% em 2010 em relação ao ano anterior. Em termos absolutos, as variações foram de 49.182 unidades para os modelos a gasolina e 36.694 para as unidades a diesel.

Consumo – Nos estados do Centro-Sul houve aumento de consumo de etanol hidratado no Paraná (20,5%), Goiás (13,6%) e Mato Grosso (6,9%), porém em todos os demais estados (MG, SP, RJ, ES, MS, SC, RS) foi registrada queda. Isso porque os preços mais altos em 2010, em comparação ao ano anterior, levaram à perda de competitividade do etanol frente à gasolina em alguns estados do Centro-Sul ao longo da safra.

“A elevada alíquota de ICMS em alguns estados também torna o etanol hidratado não competitivo com a gasolina. Infelizmente não existe uma uniformização entre as unidades da federação e o imposto sobre o etanol não incorpora as externalidades positivas geradas pelo combustível renovável,” comenta o gerente de economia e análise setorial da UNICA, Luciano Rodrigues.

Em dezembro de 2003, o governo de São Paulo reduziu a alíquota de comercialização do ICMS de 25% para 12%. A maior alíquota cobrada no País é a do estado do Pará, de 30%. Alíquotas elevadas tiram a competitividade do etanol em diversos estados brasileiros, pois elevam o preço a ponto de tornar o uso do etanol em carros flex menos econômico do que o uso da gasolina.

No estado de São Paulo, principal produtor de etanol do Brasil, o estudo detectou uma pequena redução no consumo de etanol hidratado (-1%) relativamente ao ano anterior, considerando-se o período de abril a novembro. Segundo o Cepea, isso ocorreu mesmo com o preço competitivo em relação ao da gasolina ao longo de toda a safra – tendo como base o diferencial de rendimento de 70% – e de ter havido aumento da frota flex.

“O Estado de São Paulo teve uma visão prospectiva ao reduzir o ICMS do etanol combustível, o que permitiu o aumento da produção, a redução das emissões de gases de efeito estufa, o crescimento da renda e do número de empregos no campo,” conclui Rodrigues.

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