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Venda muda estratégia da Bunge no Brasil

O presidente mundial da Bunge, Alberto Weisser, disse que o Brasil será prioridade para os futuros investimentos do grupo. Segundo ele, a empresa continuará a investir cerca de US$ 400 milhões por ano no País, e cerca de 60% desse montante deve ir para o setor de açúcar e etanol. “A venda de nossas operações de mineração para a Vale não significa que iremos reduzir nossa participação no Brasil. Pelo contrário, o Brasil é a maior fronteira agrícola do mundo”, disse.

Weisser explicou que o setor de mineração era o único que “não era parte natural do negócio”. “Estamos presente globalmente no agribusiness, e é neste setor que pretendemos investir. Não somos uma empresa global de mineração”, disse. Weisser ressaltou que o fato de o setor de mineração de fosfatos estar mudando, com a entrada de grandes conglomerados internacionais, pesou na decisão de venda. Ele expli! cou que esses conglomerados possuem um período de retorno de investimentos muito menor que o de agribusiness, o que torna menos interessante novos aportes no setor de mineração. “Como a Vale fez uma oferta bastante atraente, decidimos pela venda”, disse.

A venda das minas de rocha fosfática e das empresas coligadas, além da participação direta e indireta na Fosfértil, por US$ 3,8 bilhões, vai alterar, segundo o executivo, a estratégia da empresa no Brasil. “Vamos nos focar em alimentos e no agribusiness”, disse. Esses recursos serão aplicados, segundo o executivo, prioritariamente no Brasil.

Em nível mundial, a Bunge também prevê investimentos na produção de óleo de palma na Indonésia e também no Brasil e na Colômbia. Segundo ele, os investimentos em óleo de palma não estão ligados ao mercado de biodiesel. “A Bunge possui alguns negócios com biodiesel na Europa e na Argentina, mas existe uma dúvida sobre sua rentabilidade no longo prazo.”

Mesmo com a venda das m! inas para a Vale, um acordo entre a Bunge e a Vale permitirá que o fornecimento de matéria-prima, que antes era feito internamente entre as unidades da Bunge, se mantenha sem alteração em um primeiro momento. Segundo Weisser, a venda prevê que a Vale continue fornecendo matéria-prima para a Bunge até 2012, com a opção de manter esse acordo por mais um ano, com a manutenção dos custos econômicos atuais.

Pelo acordo, a Bunge tem de comprar um volume mínimo de matéria-prima da Vale. “Nossa área de varejo permanecerá inalterada e continuaremos comercializando as mesmas marcas de fertilizantes diretamente para o produtor, aproveitando a sinergia que temos com os produtores de grãos no Brasil e de cana também”, disse. A Bunge Fertilizantes possui, hoje, mais de 50 mil clientes. Segundo ele, a Bunge manterá o título de maior empresa no varejo de fertilizantes do Brasil.

Sobre o crescimento da área de açúcar e etanol no Brasil, o executivo disse que, depois da compra de cin! co usinas do Grupo Moema, a expansão da Bunge no setor continuará primeiramente no aprimoramento das usinas adquiridas e, depois, dependendo dos preços, em novas aquisições e também construção de novas usinas. Até o momento, a Bunge já destinou R$ 4,7 bilhões em investimentos no setor de açúcar e etanol no Brasil. “O setor de açúcar no Brasil é importante porque o País forma a cotação internacional e, desta forma, reduz de forma significativa o impacto da variação cambial”, disse.

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