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Venda interna dá mais impulso à economia

A demanda do mercado interno vai mover a economia brasileira em 2007. Os setores que vão puxar a atividade econômica são os mais dependentes de crédito, como o automobilístico, o eletroeletrônico e o da construção civil -os mesmos que cresceram em 2006. As exportações vão perder fôlego, na avaliação de economistas e de representantes de indústrias consultados pela Folha.

O consumo no mercado interno, segundo informam, será movido pela queda da taxa básica de juros da economia, a Selic, pelo aumento do rendimento médio do trabalhador e pela expansão da oferta de crédito.

“Todos os setores que dependem de financiamento devem manter taxas razoáveis de crescimento. As vendas de alimentos e de roupas também devem subir. Mas, nesse caso, ainda há dúvidas se a demanda será atendida com produtos nacionais ou estrangeiros”, diz Fernando Sarti, coordenador do Núcleo de Economia Industrial e da Tecnologia do Instituto de Economia da Unicamp.

O crescimento do mercado doméstico, na avaliação dos especialistas, não será suficiente para que o país cresça acima de 4% em 2007 -a estimativa, na melhor das hipóteses, é que essa taxa fique entre 3% e 3,5%.

“Não há espaço para crescimento maior do que 3%, especialmente por causa da taxa de câmbio, que não deve mudar muito em 2007”, diz André Rebelo, gerente do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.

Efeito importação

Na avaliação de Rebelo, o aumento das importações de roupas, calçados, produtos de metal e insumos industriais vai puxar para baixo o ritmo de atividade do país, assim como a desaceleração das exportações. “O país tem limitações que não serão superadas facilmente no ano que vem”, afirma.

Alguns setores já estão com a “corda no pescoço, especialmente os que competem com produtos chineses, como o têxtil, o calçadista e o de brinquedos. Um setor que ainda está mal e que pode reagir em 2007 é o de fornecedores para o agronegócio”, diz Flávio Castelo Branco, gerente de Política Econômica da CNI (Confederação Nacional da Indústria).

O segmento que fornece para o agronegócio deve se beneficiar das exportações de produtos como açúcar, café e carnes. Mas, no geral, o país tem perdido competitividade no mercado externo por causa do real valorizado, segundo os economistas.

Um dos setores que serão destaque em 2007 é o da construção civil. A estimativa do setor é crescer 4,9% em 2007, após registrar crescimento de 5,1% neste ano. Essa expansão se deve ao aumento do financiamento para o mercado imobiliário.

Em 2005, os recursos da caderneta de poupança destinados ao mercado de imóveis somaram R$ 4,8 bilhões. Neste ano, esse valor subiu para R$ 9,2 bilhões.

Os recursos do FGTS para o setor foram de R$ 8 bilhões em 2005 e de R$ 10 bilhões neste ano. (FF)

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