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Venda da Santelisa entra na reta final

O GP Investimentos e o Grupo São Martinho se aliaram e apresentaram uma proposta conjunta para compra de parte dos ativos da Santelisa Vale, segunda maior companhia sucroalcooleira do País. Segundo fontes envolvidas no negócio ouvidas pela Agência Estado, as duas empresas lutarão contra outros grandes grupos na disputa por uma fatia acionária correspondente a 40% da dívida, estimada em R$ 3 bilhões, da Santelisa Vale. Entre eles estão a Louis Dreyfus Commodities, a Bunge, a Cosan e a ETH, braço sucroalcooleiro da Odebrecht.

A associação da GP com o Grupo São Martinho surpreende pela entrada do tradicional produtor de açúcar e álcool na corrida pelos ativos da Santelisa Vale. A GP sempre esteve no páreo, mas a São Martinho limitou-se apenas a informar que estava sempre atenta às oportunidades de mercado, por meio de pronunciamentos de porta-vozes na teleconferência sobre seus resultados financeiros. Procuradas, as duas empresas informaram que não iriam se manifestar sobre o assunto, mas não negaram as informações sobre as negociações.

Além das propostas informais, todos os interessados contrataram empresas para fazer auditorias na companhia. Os atuais acionistas também já conversaram com os interessados e, a partir de segunda-feira, iniciam o processo final de venda dos ativos, com as reestruturações financeira e administrativa. “Os acionistas estão bastante otimistas com o futuro das negociações, as propostas foram muito boas”, disse uma fonte da companhia.

Nas conversas, os acionistas procuraram formalizar um modelo no qual a gestão e o controle acionário serão pulverizados entre os novos sócios, os atuais controladores, das famílias Biagi e Junqueira, e o BNDESPar, braço de Participações do BNDES, que ampliaria a sua fatia, hoje em cerca de 7% na Santelisa Vale, com uma injeção prevista de R$ 500 milhões. Com a venda de parte dos ativos e a ampliação da participação do BNDES no controle, a Santelisa Vale reduziria para cerca de R$ 1,3 bilhão a dívida com os credores, que seria refinanciada em oito anos, com carência de três.

O fim das negociações deve coincidir com o início da moagem da safra 2009/2010 e a produção de álcool e açúcar, prevista para abril, segundo Cícero Junqueira Franco, um dos acionistas da companhia. “As negociações devem acabar até o final do mês de março e em abril começamos a moer, o que não deve atrapalhar o processo de transição para um possível novo sócio”, disse.

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