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Venda de colheitadeiras cai 40%, no pior abril desde 2009

Um dos motivos da histórica queda de vendas da Agrishow deste ano, realizada em Ribeirão Preto (SP), pode ter sido a forte desaceleração da comercialização de máquinas agrícolas para o setor.

Quando divulgar os dados finais relativos ao mês passado, as indústrias devem indicar repasses para as concessionárias de apenas 201 colheitadeiras.

Se confirmado, esse volume de vendas indicará queda de 40% em relação a abril do ano passado. Além disso, será o menor patamar de vendas nos meses de abril desde 2009.

A queda de abril não foi isolada, uma vez que as vendas do primeiro quadrimestre somaram apenas 1.375 unidades, 42% menos do que o que foi comercializado de janeiro a abril de 2014.

A retração atinge também o setor de tratores, embora em ritmo menos forte do que o de colheitadeiras.

Na avaliação do mercado, as indústrias devem ter colocado 3.809 tratores de roda nas concessionárias no mês passado, um número 27% inferior ao de abril de 2014.

No primeiro quadrimestre, as vendas recuaram para 13,6 mil unidades, 18% menos do que o comercializado até abril de 2014.

Esse pé no freio nas compras por parte dos produtores agropecuários já era esperado. Primeiro, porque os produtores já renovaram a frota de máquinas nos últimos anos e estão preparados para o avanço da colheita.

Além disso, há uma cautela com dívidas no setor devido à queda dos preços das commodities no mercado externo, com reflexos diretos no interno.

As receitas vão depender, principalmente do câmbio. Mas a desvalorização do dólar –que traz mais reais para os produtores– perdeu força nas últimas semanas.

Com isso, os preços internos das commodities, assim como ocorre no mercado externo, também recuam.

Há uma apreensão, ainda, com a política do governo para o setor. O esperado Plano Agrícola 2015/16 deverá vir com a influência do ajuste fiscal do governo. Ou seja, crédito limitado e juros maiores.

Os produtores, que agora administram a venda da safra, principalmente a de soja, entram em um período de gastos elevados.

A compra de insumos, principalmente de fertilizantes, está em ritmo lento, mas deverá ser concluída nos próximos meses para o plantio da safra de verão do segundo semestre.

(Fonte: Folha de S.Paulo)

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