O Ministério de Minas e Energia (MME) programa para ainda este ano dois leilões de compra de energia que irão contemplar a fonte biomassa.
As portarias relacionadas aos leilões foram divulgadas no começo de agosto. Mas empresas do setor sucroenergético interessadas em participa têm prazo até 13/09 para oficializar os cadastros junto a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do MME.
A pedidos do JornalCana, Zilmar de Souza, gerente de bioeletricidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), lista dez informações relacionadas aos leilões.
1 – Data
Há a possibilidade de os dois leilões serem realizados ainda em 2017. Devem ocorrer no mês de dezembro.
2 – Leilão A-4
O primeiro dos leilões, chamado A menos 4, é para projetos novos, para entrega de energia a partir de janeiro de 2021. O contrato tem duração de 20 anos.
3 – Leilão A-6
O segundo leilão é para entrega a partir de 2023. O contrato, aqui, terá duração de 25 anos.
4 – Projetos novos
Os leilões são para projetos novos, que podem ser greenfields ou retrofit, ou seja, a instalação de uma turbina nova na ute já existente.
5 – Concorrência com outras fontes
Os leilões não serão exclusivos para a fonte biomassa. No A-4, embora não esteja definido há indicação de que a biomassa irá concorrer com as fontes eólica e solar. No A-6, é possível que a concorrência será com as fontes carvão e gás natural.
6 – Cadastro na EPE
O cadastro exige nível de detalhamento considerável do projeto. E vai até as 12h de 13/09 próximo.
Clique aqui para mais informações relacionadas na EPE
7 – Leilão anterior
O último leilão de compra de energia nova de fonte de biomassa foi em abril de 2016. Mas havia bastante incerteza, por conta do cenário econômico.
8 – Grata surpresa
Para o setor sucroenergético é uma grata surpresa a possível realização desses dois leilões. Isso porque vislumbra a possibilidade de retomada da demanda por energia elétrica. Estamos falando em 2021, mas já é sinal importante. Não se esperava por isso.
9 – Preços da energia a ser comprada
Se for um leilão com a concorrência do carvão e do gás natural, há tendência de que os preços tenham teto superior ao de um leilão com concorrentes como eólica e solar. No leilão de abril de 2016, o preço foi de R$ 251 o megawatt-hora (MWh) e menos de dez projetos foram contemplados. Esperamos que seja um preço bem superior a R$ 251/MWh porque hoje as condições de financiamento estão bem mais restritivas e porque no leilão anterior contratou-se muito pouco. Se o governo quiser atrair a bioeletricidade de uma forma mais consubstanciada, terá de haver preço mais significativo.
10 – É possível estimar o volume de MWh a ser contratado pelos leilões?
Não. Isso será possível em outubro, mês no qual as distribuidoras de energia irão informar quanto elas querem contratar de energia em 2021 e em 2023. Os leilões dependem dessas informações.