JornalCana

Veículos bicombustíveis se consolidam no mercado brasiliense

Pouco mais de dois anos após serem lançados, os veículos bicombustíveis (gasolina/álcool) conquistaram uma boa parcela do mercado automotivo. Desde março de 2003 sendo comercializado, a participação no mercado dos chamados flex fuel chegou, em 2005, a 49,5%. Em 2004, era de 21,6%, no ano de lançamento, não ultrapassava os 4%.

De 2003 até agora, a indústria nacional superou a marca de um milhão de unidades vendidas (1.027.439). A informação é da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Nesse período, a Volkswagen se consolidou como a montadora que mais comercializou carros bicombustíveis, 389.167 unidades, ocupando 38% do mercado. A Fiat aparece em seguida, com 30% de participação nas vendas nacionais e 306.477 veículos flex fuel emplacados. Na terceira colocação está a General Motors, que também conquistou uma boa fatia desse bolo, com 247.629 veículos comercializados, o que representa 24% das vendas.

Em Brasília, as vendas dos bicombustíveis, do início de 2004 até outubro de 2005, totalizaram 28.268 unidades. Segundo dados do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos Autorizados do Distrito Federal (Sincodiv/DF), nesse mesmo período foram emplacados 71.868 automóveis. Portanto, a comercialização dos carros flex fuel já representa 39,33% desse mercado.

Segundo Edson Maia, diretor do Sincodiv/DF, o motor bicombustível é um grande sucesso. “A possibilidade de escolha do combustível na hora de abastecer o carro é o que mais atrai as pessoas quando vão comprá-lo”, afirma o diretor.

O empresário ainda completa dizendo que a maior parte dos carros populares fabricados no Brasil saem da montadora com o motor bicombustível. O aumento na produção desses segmentos reflete-se no mercado do DF. “Os dados representativos do setor no DF demonstram muito bem a importância que os carros bicombustíveis têm no mercado”, completa.

Maia acredita que, até 2006, a maioria dos carros fabricados no Brasil saia das linhas de montagem equipada com o novo sistema. “A aposta das fábricas nesse mercado, de certa forma, fortalece mais o setor. Com os bicombustíveis, os consumidores têm uma opção a mais de compra, além de poder escolher o combustível viável economicamente”, diz.

Como funciona o motor Flex fuel – O flex brasileiro funciona por meio do Software Flexfuel Sensor (SFS). Em vez de um sensor físico, se beneficia de um programa de computador inserido no módulo de comando da injeção eletrônica para reconhecer a mistura e as proporções dos combustíveis. Mesmo assim, algumas adaptações são feitas para que o automóvel funcione com álcool e/ou gasolina. A primeira é a inclusão de um reservatório de partida a frio – o popular tanquinho. Abastecido com gasolina, ele garante a partida do carro em temperaturas abaixo dos 12 graus, mesmo com o tanque principal contendo unicamente álcool.

Alguns componentes expostos ao combustível, como filtro, bomba e parte da tubulação, também tiveram que ser adaptados. Isso porque o álcool, como contém água, é mais corrosivo. Assim, componentes normalmente usados em veículos a gasolina, como plástico – que absorve a água e incha – e certos metais (latão, ferro anodizado) – que enferrujam – foram substituídos. O escapamento, por exemplo, passou a ser de aço inoxidável em alguns modelos.

O Sincodiv-DF é filiado à Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) e conta com 47 associados.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram