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VBP mato-grossense fechou mais um mês negativo

Se o ano-safra mato-grossense pudesse ser resumido com algumas palavras, poderia-se dizer que o que o arroz perdeu em valor, o algodão encontrou; e o que a cana-de-açúcar achou foi o valor perdido pelo milho. Somente a soja, com perdas de 25,64% do valor de mercado, é que fica sem um par. Apesar do perde e ganha, o Valor Bruto da Produção do ciclo 09/10, no Estado, fechou mais um mês negativo. O VBP da temporada 08/09 somou R$ 21,30 bilhões e este ano está projetado em R$ 18,21 bilhões, segundo avaliação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), no decorrer de outubro.

O VBP é a receita, o faturamento global da safra agrícola de uma determinada região. Nesta avaliação estão os números projetados neste ano contra o realizado em 2009. No decorrer deste ano, o VBP de Mato Grosso projetou perdas de mais de 20% em relação ao mesmo período do ano passado. Com a expansão positiva dos preços do algodão e da cana-de-açúcar no país e no mercado internacional, o recuo geral estreitou e agora revela um percentual de -14,50%, a maior perda registrada no Brasil, entre os grandes produtores estaduais. Conforme o Mapa, o VBP nacional deverá fechar o ano com acréscimo de 1,46%, já que em 2009 a safra contabilizou R$ 166,96 bilhões e para 2010 tem estimativa de atingir R$ 169,40 bilhões.

CULTURAS – No Estado, a maior perda de valor até o momento está sendo observada no arroz. A receita anual com o cereal no ano passado somou R$ 562,23 milhões e até outubro tinha estimativa de R$ 408,15 milhões, queda 27,40%. No outro extremo do mercado está o algodão, com incremento de VBP de 27,52%. A receita com a pluma passou de R$ 3,67 bilhões para uma estimativa de R$ 4,68 bilhões em 2010. A cana-de-açúcar registra incremento de 20,88% sobre o valor de mercado. Conforme o Mapa, a cana passa de R$ 525,63 milhões para R$ 635,43 milhões. O VBP do milho registra perda de 25,11% na comparação com o realizado em 2009. O grão, que teve receita de R$ 2,27 bilhões, deverá fechar 2010 com R$ 1,70 bilhão. A soja, produto de maior valor na produção agrícola estadual, deverá perder de um ano para o outro algo em torno de R$ 3,46 bilhões, cifras que representam quase um terço do valor necessário para se cultivar uma safra com oleaginosa no Estado. Pela análise de outubro, saem de cena dos R$ 13,49 bilhões avolumados pela soja em 2009 para uma previsão de receita de pouco mais de R$ 10 bilhões, queda de 25,64%. Em toda a região Centro-Oeste o faturamento em 2010 deverá encolher cerca de 13%, com o VBP passando de R$ 38,37 bilhões para uma estimativa de R$ 33,06 bilhões.

BRASIL – O coordenador de Planejamento Estratégico do Mapa, José Gasques, explica que esse valor é resultado da combinação ocorrida em 2010: baixos preços de produtos agrícolas e safra recorde de grãos (148,75 milhões de toneladas). O Sudeste teve o maior aumento do VBP, numa análise regional. O incremento de 10,63% foi motivado pelos resultados do café em Minas Gerais e da cana-de-açúcar em São Paulo. No Sul, os maiores destaques foram os resultados favoráveis do Paraná em relação à soja, e de Santa Catarina, com o desempenho da cebola. As regiões Nordeste e Centro-Oeste têm apresentado, este ano, redução no valor de produção.

10/11 – O Mapa divulgou ontem a primeira estimativa de VBP – projeção disponível apenas para a safra nacional, sem regionalizações – para 2011 é de R$ 175 bilhões, 3,31% acima do valor obtido em 2010. Gasques defende que, apesar de as pesquisas de safra indicarem produção de grãos ligeiramente inferior à do ciclo 09/10, produtos como algodão, arroz e feijão mostram, nas primeiras estimativas, desempenho bastante favorável. “Os preços da maioria dos produtos agrícolas se encontram, atualmente, em rota de crescimento, e pode ser que a combinação com bons resultados de produção resulte em sucesso de renda agrícola em 2011”, afirma.

Os dados previstos fazem parte de estudo mensal do Ministério, referente às 20 principais lavouras brasileiras e que toma como base os primeiros levantamentos de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Diário de Cuiabá

Autor: MARIANNA PERES

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